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Quarta-feira, 13 de novembro de 2024

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Olodum completa 45 anos de uma história que é símbolo da cultura baiana e da luta contra o racismo

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Olodum completa 45 anos de uma história que é símbolo da cultura baiana e da luta contra o racismo

Fundado em 25 de abril de 1979, no Pelourinho, o grupo se tornou não só um movimento cultural, mas também um projeto de inclusão social através da música

Olodum completa 45 anos de uma história que é símbolo da cultura baiana e da luta contra o racismo

Foto: Mateus Pereira/GOVBA

Por: Metro1 no dia 25 de abril de 2024 às 16:00

Há exatos 45 anos, em plena Ditadura Militar, no número 11 da rua Santa Isabel, no Pelourinho, surgia o Olodum. Um movimento, uma banda, um grupo, um bloco com projetos de inclusão social, mas acima de tudo uma expressão da cultura e do empoderamento da comunidade afrodescendente no Brasil e no mundo. 

Hoje, com seus tambores, o Olodum potencializa a voz da luta contra o racismo e a intolerância religiosa. Mas inicialmente, o grupo surgiu como uma alternativa para que os moradores do Centro também pudessem aproveitar o Carnaval. Nos anos 70, o batuque e os afoxés eram motivo de incômodo para a elite soteropolitana e o Pelourinho um lugar marginalizado. Os anos se passaram e o bloco se tornou símbolo não só do Carnaval, mas de uma luta e de uma cultura. 

Foi a partir de 1984, com a chegada de João Jorge do Ilê Ayê e Neguinho do Samba, que o grupo fortaleceu sua atuação social, se tornando uma como uma organização multirracial, multirreligiosa e de projeção internacional. Em 2018, o Olodum foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado da Bahia.

Ao longo de quatro décadas, o grupo emplacou sucessos como ‘Madagascar’, ‘Faraó: Divindade do Egito’, ‘Protesto Olodum’, ‘Nossa gente (Avisa lá)’ e ‘Vem meu amor’. Fez apresentações em mais de 43 países e é o único na América a participar de uma apresentação com o artista Michael Jackson. O rei do pop vestiu a camisa do Olodum e, junto com  200 instrumentistas do grupo, mostrou ao mundo a cultura afro-brasileira.

E além do seu legado artístico, o Olodum é conhecido por seus projetos sociais. A escola de percussão do grupo é uma das iniciativas. Ela oferece aulas gratuitas para crianças e jovens da comunidade, com o objetivo de promover a inclusão social através da música. Linda Rosa, hoje diretora-geral da Escola do Olodum, é um exemplo das vidas impactadas pela entidade.

Durante o Carnaval deste ano, ela conversou com o Metro1 e contou que aos 9 anos foi aluna da turma de dança, onde teve o primeiro contato com a cultura e educação afro-brasileira. Rosa não tem dúvidas que o Olodum foi essencial na formação como pessoa e profissional. 

“O Olodum me deu direcionamento para a mulher que sou hoje, saber onde eu quero chegar, saber me colocar, me posicionar, comunicar e autoafirmar. É o primeiro projeto sociocultural do país, que foi fundado em 1983 e tem 40 anos, é um projeto que educou, formou e conscientizou milhares de crianças e jovens. Ele impacta diretamente na renda, na educação, na socialização dessas pessoas e é um divisor de águas”, afirmou à época.

Aniversário

Para comemorar seus 45 anos nesta quinta-feira (25), às 19h, o Olodum vai se apresentar um show especial realizado Varanda Cultural de sua sede, a Casa do Olodum, na rua Gregório de Mattos, nº 22, também no Pelô. O evento é gratuito e aberto ao público.