Cultura
Artistas da música emitem carta pedindo proteção contra perigos do uso de Inteligência Artificial
Entre os signatários estão gigantes como Stevie Wonder e Billie Eilish e até mesmo brasileiros como Mumuzinho e Simone Mendes
Foto: Divulgação
Uma carta pública da Artist Rights Alliance (ARA), uma entidade sem fins lucrativos dos Estados Unidos, pede proteção contra os perigos do "uso predatório" da Inteligência Artificial. O documento traz assinaturas de centenas de artistas e compositores, não apenas americanos, mas de diversos países, incluindo brasileiros. Entre eles, gigantes da indústria musical como Stevie Wonder, Smokey Robinson, Billie Eilish e a banda Pearl Jam. No time dos brasileiros, assinam Carol Biazin, Mumuzinho, Simone Mendes, Felipe Araújo e Lauana Prado.
“Temos que nos proteger contra o uso predatório da IA para roubar vozes e retratos de artistas profissionais, violar os direitos dos criadores e destruir o ecossistema musical”, diz um trecho da carta, que foi elaborada após meses de advertências de que a expansão descontrolada da IA poderia minar a lei de direitos autorais e abrir as portas para fraudes e roubos de obras de artistas.
Outro trecho faz o seguinte apelo: "Pedimos a todas as plataformas de música digitais e aos serviços baseados em música que se comprometam a não desenvolver nem implementar tecnologia, conteúdo ou ferramentas de geração de música de IA que prejudiquem ou substituam a arte humana dos compositores e artistas ou nos neguem uma remuneração justa pelo nosso trabalho”.
No rol dos signatários também estão artistas como Katy Perry, J Balvin, Peter Frampton e os herdeiros do cantor e ator Frank Sinatra. Além da cubana Camila Cabello e do português António Zambujo, entre outros.
“Se não for controlada, a IA lançará uma corrida ao fundo do poço que degradará o valor do nosso trabalho e nos impedirá de receber uma remuneração justa por ele”, afirmam.
“Os músicos que trabalham já estão lutando para sobreviver no mundo do streaming e agora têm o fardo adicional de tentar competir com um dilúvio de ruído gerado pela IA”, explica Jen Jacobsen, Diretora Executiva da ARA. E completa: “O uso antiético da IA generativa para substituir artistas humanos desvalorizará todo o ecossistema musical – tanto para artistas como para fãs”.
O estado do Tennessee, um dos principais polos da indústria musical, graças à cidade de Nashville, tornou-se no mês passado o primeiro nos Estados Unidos a aprovar uma lei nesse sentido. Seu objetivo declarado é proteger os profissionais da música de ameaças de IA.
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