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Nome marcante da Tropicália, Rita Lee cantou a Bahia e com os baianos 

Cultura

Nome marcante da Tropicália, Rita Lee cantou a Bahia e com os baianos 

Cantora paulista morreu, nesta segunda-feira (8), em casa após diagnóstico de câncer 

Nome marcante da Tropicália, Rita Lee cantou a Bahia e com os baianos 

Foto: Guilherme Samora / Divulgação

Por: Gabriel Amorim no dia 09 de maio de 2023 às 14:17

Atualizado: no dia 09 de maio de 2023 às 16:26

Ela jamais morrerá. Sua arte a tornou imortal. Mas esta segunda-feira (8) foi marcada pela partida da rainha do rock brasileiro. Rita Lee morreu depois de descobrir um câncer que tratava desde 2021. Decidiu morrer em casa, cercada da família, como disse o comunicado divulgado nas redes sociais pelos familiares da artista. Rita Lee não estava só em sua casa, mas também no coração de uma imensidão de fãs, muitos desses, com certeza, baianos. É que a história da cantora se mistura com incontáveis momentos da Bahia.

A relação da artista com o estado está marcada na letra das músicas. Primeiro, escreveu Caetano, quando chegou em São Paulo, vindo da Bahia, sobre a falta que fez a rainha do rock de cabelos ruivos no momento em que chegou na selva de pedra. “Ainda não havia para mim Rita Lee…”, poetizou o baiano nos versos de 'Sampa'. 

A relação dela com o estado, no entanto, vai além da menção famosa. Ainda na época dos Mutantes, foi um dos nomes mais marcantes da história do movimento tropicalista, encabeçado pelos baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil, dentre outros. Rita Lee, em 1967, estava, com o grupo, ao lado de Gilberto Gil no III Festival da Música Popular Brasileira durante a apresentação da canção 'Domingo no Parque'. Um ano depois, o conjunto que tinha a roqueira como principal nome, se uniu a Caetano Veloso em “É proibido proibir”, tocada no 3º Festival Internacional da Canção, da Globo.

Rita e seus mutantes

Vanguardistas, os integrantes da banda também participaram do disco icônico Tropicália ou Panis et Circensis. No mesmo álbum estão gravações icônicas como Baby, na voz de Gal Costa e Geléia Geral de Gilberto Gil. Rita e seus mutantes foram responsáveis por interpretar a canção que deu nome ao disco, fundamental para o movimento. 

Já em 1977, Rita Lee e seu compadre Gilberto Gil fizeram o show “Refestança”, que passou por várias capitais brasileiras e resultou em um LP gravado ao vivo. O disco marcou presentes mútuos entre os artistas. Enquanto Gil gravou uma versão do sucesso “Ovelha negra”  imortalizado na voz de Rita, ela cantou a Bahia regravando o sucesso de Gil “Back in Bahia”. No mesmo trabalho ainda deu de presente ao compadre a música “Jiló”. 

Irreverente como sempre foi, Rita já escreveu sobre o momento triste que vivemos nesta terça-feira (9). Em sua autobiografia ela escreveu: “Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá. Fãs, esses sinceros, empunharão meus discos e entoarão ‘Ovelha Negra’, as TVs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória. Nas redes virtuais, alguns dirão: ‘Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk’.”. 

Estamos sim falando de você Rita, mas por aqui, na Bahia e por todo país, ninguém pensava, nem queria, que a sua partida acontecesse. No nosso imaginário, de novo, você é eterna.