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Morte lenta: vazio, circuito do Campo Grande amarga abandono por parte de artistas

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Morte lenta: vazio, circuito do Campo Grande amarga abandono por parte de artistas

Poucos foliões, quase nenhum camarote e cobertura mínima de emissoras de rádio e TV apontam iminente fim do circuito mais tradicional do Carnaval

Morte lenta: vazio, circuito do Campo Grande amarga abandono por parte de artistas

Foto: Matheus Simoni/Metropress

Por: Matheus Simoni no dia 07 de março de 2019 às 10:00

Poucos foliões, quase nenhum camarote e cobertura mínima de emissoras de rádio e TV. A impressão que se tem sobre o Circuito Osmar, no Campo Grande, é de que está se aproximando o dia em que o mais tradicional percurso do carnaval de Salvador seja desativado. Na edição 2019 da folia momesca, a reportagem do Jornal da Metrópole percorreu boa parte do circuito e constatou que o prestígio de pontos como a Praça Castro Alves, local onde ocorria o antológico encontro de trios, já não é mais o mesmo.

O espaço agora serve apenas para a curva do último trecho do circuito. Segundo o poder público, não há falta de investimento. A justificativa é outra: os músicos se recusam a tocar no Campo Grande e preferem a orla, no trecho da Barra até a Ondina. Passada a folia e a constatação de que algo precisa ser feito, empresários e entidades ligadas ao carnaval serão convocadas para tentar discutir alternativas para evitar o fim do Circuito Osmar, que teve um 2019 melancólico e distante da grandeza que representa para o festejo momesco.

ACM Neto sobre o Campo Grande: "Não tenho nenhuma fórmula mágica"

Questionado sobre o tema, o prefeito ACM Neto (DEM) defende a gestão municipal e diz que buscou promover a contratação de artistas para reacender o circuito. No entanto, ele disse que não há uma “fórmula mágica” para garantir o sucesso no local. “Tem coisas no Carnaval que a gente não manipula e controla. Não posso impor ao artista que ele desfile aqui, não posso impor ao bloco de trio que ele saia aqui e não posso impor ao folião que ele venha ao Campo Grande”, afirmou o prefeito.

“Não tenho uma fórmula mágica para propor. Tem coisas que não dependem da capacidade de manipulação, operação e condução da prefeitura”, acrescentou.

“Estão acabando com o carnaval do Centro"

Ex-prefeito de Salvador e atual vereador da capital baiana, Edvaldo Brito (PSD) fez críticas à situação do circuito Osmar e avalia que a falta de atrações deixa sobrecarregada o principal circuito, na Barra-Ondina. “É preocupante, estão matando o Carnaval do centro. Nem todo mundo pode vir aqui para a Barra”, afirmou o vereador, em entrevista à Rádio Metrópole no Camarote do Nana, em Ondina.

“O circuito Barra-Ondina está ficando insuportavelmente cheio, o que é ruim até para a segurança. Precisamos verificar essa situação”, declarou. Na avaliação do edil, o fluxo tem que ser reavaliado.

Bahiatursa: "Reavaliação necessária"

Na avaliação do presidente da Bahiatursa, Diogo Medrado, a gestão estadual também tem responsabilidade na reavaliação do investimento no Campo Grande.

“No Carnaval oficialmente de quinta a terça-feira, a única coisa que a gente precisa incrementar mais, tanto o Governo do Estado como a parte pública do Carnaval, é o circuito do Campo Grande e valorizá-lo. A gente já faz a abertura com Léo Santana, tivemos também Psirico, É o Tchan, já teve Ivete Sangalo e Bell Marques”, afirmou ao JM.

Obras vão durar 14 meses

Previstas para durarem 14 meses, as obras do Campo Grande estão avaliadas em mais de R$ 300 milhões, incluem a requalificação da Avenida Sete, da Praça Castro Alves e do Terreiro de Jesus, além da construção do Museu da Música Brasileira e do Arquivo Público.

O trecho do Campo Grande está em fase de prospecção arqueológica. “Se a gente não tivesse o circuito do Campo Grande, nós teríamos uma pressão absurda no Barra-Ondina, maior ainda do que ela já é”, afirma o prefeito.