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Com irreverência, Lambasaia leva a lambada aos paredões e trios elétricos; leia entrevista

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Com irreverência, Lambasaia leva a lambada aos paredões e trios elétricos; leia entrevista

Vocalista da banda, Léo Dumóve falou ao Metro1 sobre o sucesso e as polêmicas com a música "Prostituta", além das participações no Carnaval em Salvador e no interior

Com irreverência, Lambasaia leva a lambada aos paredões e trios elétricos; leia entrevista

Foto: Reprodução / Instagram

Por: Juliana Rodrigues no dia 02 de março de 2019 às 12:20

Presente nos paredões de som da capital e do interior, a banda Lambasaia desponta como uma das novidades musicais de 2019 e promete agitar o circuito Barra-Ondina hoje (2) em um trio sem cordas, marcado para sair às 19h. O grupo de Feira de Santana traz de volta o ritmo da lambada, coqueluche dos anos 1980 e 1990, com letras marcadas pelo humor e pela ousadia. Tido como uma das apostas para música do Carnaval, o maior sucesso da banda é "Prostituta (Viajo Nela)", que já contabiliza mais de 1 milhão de acessos no YouTube e teve o clipe lançado na última segunda (25). 

O vocalista da Lambasaia, Léo Dumóve, falou ao Metro1 na terça (26), três dias antes da confirmação do desfile em Salvador. Na entrevista, Léo falou sobre o sucesso e disse não se preocupar com eventuais polêmicas envolvendo o maior hit da banda, que contém os versos "ela é linda, ela é p*ta". Ainda segundo o vocalista, estar entre as apostas para música do Carnaval é "um sonho de qualquer artista", mas o que conta mesmo é o reconhecimento do público.

Confira a entrevista:

Metro1: Como surgiu a Lambasaia? Em algumas entrevistas suas, você contou que é um projeto que já existia há alguns anos e que foi "reativado" no ano passado, não foi?

Léo Dumóve: Isso, era uma banda que já existia, quem cantava nela antigamente era Linho Ferraz, que hoje é cantor do Kuarto de Empregada. Ele gravou um CD com ela, chegou a fazer um barulho pela região, mas não chegou a ser essa explosão que hoje é a Lambasaia. Depois desse CD, a banda adormeceu, assim como o ritmo da lambada, que também estava adormecido. Quando o ritmo da lambada deu uma adormecida, e foi essa adormecida do Capitão América, aí, que veio acordar do gelo agora de 2018 para 2019. Aí o Lambasaia veio com tudo, ressurgindo com a lambada, de novo, aqui na Bahia. Mas ela já existia, acho que desde 2003 ou 2005, por aí. Fomos ousados, na verdade, porque fomos na contramão do mercado. Ninguém imaginaria alguém, na época de hoje, regravando uma lambada. Então, fomos ousados. A palavra certa é ousadia, eu acredito. 

M1: Você acha que seria possível dizer que a Lambasaia é, em grande parte, responsável pelo ressurgimento da lambada, então?

LD: Rapaz, eu não falo nem com essa grandiosidade toda, porque tipo assim... A gente não fez com essa intenção. Fizemos mais na pegada de "vamos fazer, vamos gravar e vamos ver o resultado", e tal. Mas assim, pra se considerar os... Isso aí não rola não (risos). Porque é muito grande e a gente é humilde. Mas se, porventura... A gente pode não considerar, mas o que é, é. E se nós formos os que estão voltando com a lambada novamente, fico muito feliz mesmo. Inclusive, a gente até falou com Beto Barbosa, antes de ele fazer o tratamento [contra um câncer que atingiu a bexiga e a próstata], a gente conversou com ele pelo celular, e ficamos surpresos porque ele disse que seguia a Lambasaia no YouTube antes mesmo de a gente ter a iniciativa de ligar para ele. Então, a gente ficou muito feliz por isso.

M1: Algumas músicas da banda são um pouco mais "picantes" e até mesmo geram polêmica, como é o caso do maior sucesso, "Prostituta". Existe alguma preocupação em relação a isso? As rádios lidam bem com a situação?

LD: Então, é porque normalmente as pessoas associam apenas pela música "Prostituta", que é uma música que diz "ela é linda, ela é p*ta". Só que o resto da música não tem mais palavras de baixo calão. E as outras músicas da Lambasaia, como "Mulher Psicopata", "Perereca", que é um anfíbio... Eu acho que já existiu linguajar pior nas músicas por aí. E, de fato, eu não me preocupo. Talvez os meus empresários venham a se preocupar, mas eu não me preocupo porque onde a gente chega, graças a Deus, se for portaria, a casa é lotada, se for festa aberta, a praça é lotada, e sempre nas filas para tirar foto no camarim eu encontro muitas crianças chorando, pela irreverência, pela maneira como eu trato os meus fãs, e também com a execução das músicas no palco. Então eu não me preocupo, porque eu acho que faltava essa ousadia. E estão vindo mais letras aí, outras músicas que dão outro sentido à lambada, que vão induzir as pessoas a dançar, e por aí vai. Eu, mesmo, como cantor, não me preocupo. Para as rádios, já tem a versão da música, "ela é linda, ela é pura", e tal. Mas eu não me preocupo.

M1: Então, você diria que o principal diferencial da banda é essa coisa do humor e da ousadia?

LD: É a ousadia, o bom humor, o carisma, é uma das marcas que a gente quer passar no palco. É isso que a gente quer passar no palco, a alegria, entendeu? Quebrar esse paradigma. Inclusive, nos camarins, tem tanta gente que vai nos shows pra criticar e acaba indo no camarim, falando "Léo, eu nunca tinha tirado foto com cantor nenhum, não vou mentir para você, eu não gostava da Lambasaia por causa de algumas músicas, mas hoje, vendo no show, o carinho de vocês com o público, a humildade, a alegria que vocês transmitem no palco, a partir de hoje começo a ver a Lambasaia de uma maneira diferente". Então, isso tem acontecido em vários lugares. Porque às vezes as pessoas julgam, né? Não tem jeito.

M1: Como está a agenda de vocês para o Carnaval? 

LD: No Carnaval nós estamos com uma agenda cheia, graças a Deus. Claro que Salvador é a capital, e todos os holofotes e as câmeras da TV estão ali focados em Salvador. Mas existem diversos outros carnavais grandiosos, como o de Barreiras, onde a gente vai tocar, e em várias outras cidades do interior. Então, na verdade vamos tocar no primeiro maior Carnaval da Bahia, que é Salvador, no segundo e no terceiro. (risos)

M1: Já há quem aposte em "Prostituta" como uma das candidatas a música do Carnaval. O que você acha disso? Como se sente em fazer parte dessa disputa?

LD: Para mim, na verdade, essa coisa de música do Carnaval, na minha opinião, é mais "titular", entendeu? Porque eu mesmo fico muito feliz de estar participando, e tal, mas eu não fico naquela expectativa de ser a música do Carnaval, que tem que ser... Eu já sou feliz com o resultado de onde ela está chegando agora. Hoje, eu chego em Salvador e em qualquer lugar que eu vou, tiro foto com as pessoas que já nos reconhecem como artistas, que nos dão um valor imenso. Já fizemos um show em Salvador, na Arena Fonte Nova, no último ensaio do Parangolé, foi maravilhoso, as pessoas respeitando, tirando foto, foi lindo, gostei demais... Então, se for a música do Carnaval, vou ficar muito feliz, até porque é um sonho de qualquer artista. Mas se não for também, eu não posso dizer que eu estarei triste. Se a música está na rua e o povo já sabe cantá-la, para mim já está lindo, maravilhoso. Inclusive, lançamos o clipe dela e em menos de 24 horas teve mais de 200 mil visualizações. Imagine daqui a um mês, quanto vai estar? Então eu não crio essa expectativa, para mim está tranquilo, se não for, também, para mim já foi. Na minha mente, já foi (risos).