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Erros da Embasa para medir consumo prejudicam consumidores que pagam mais caro
Desde que se mudou para um novo apartamento no bairro do Imbuí, em Salvador, o funcionário Público Milton Cavalcante viu a sua conta de água ser multiplicada por dez tendo o mesmo consumo de antes. [Leia mais...]

Foto: Dario Guimarães/Metropress (Arquivo)
Bárbara Silveira
Desde que se mudou para um novo apartamento no bairro do Imbuí, em Salvador, o funcionário Público Milton Cavalcante viu a sua conta de água ser multiplicada por dez tendo o mesmo consumo de antes.
Intrigado com o valor cobrado pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (Embasa) o funcionário público cogitou a hipótese de um vazamento, mas logo chegou a conclusão que o erro era da companhia. “Em abril, a conta veio maior, ai a gente verificou que tinha algo errado. Abrimos o chamado no dia 28 de abril e após o prazo, não deram nenhum retorno. Eu procurei a Agersa [Agência Reguladora de Saneamento Básico do estado da Bahia]. Através deles, eu tive uma resposta da Embasa dizendo que minhas contas estavam sendo cobradas pela média”, explica.
O problema é que o parâmetro de comparação da Embasa não condiz com a realidade de consumo da residência. “A média que eles alegam é a de um ano, sendo que eu estou aqui no apartamento há seis meses, o inquilino anterior tinha uma média mais alta”, conta. Ou seja, se antes moravam 6 pessoas no apartamento e agora moram duas, Milton paga pelo que não consumiu.
Além disso, o valor marcado no hidrômetro não condiz com a conta. “Se chegar um técnico e olhar o hidrômetro, tá marcando 474. Na conta que venceu 5/5, que eles alegam que a leitura começou em 469, e terminou em 484. Totalmente diferente do que tá marcando”, afirma.
E não faltam consumidores como Milton continuam procurando respostas para os cálculos da Embasa...
Mais de R$ 800 em aumento e diferença “sugestiva” na conta
E a tal média utilizada pela Embasa no cálculo das contas também surpreendeu moradores de um condomínio em Amaralina. Mesmo com toda uma ação de conscientização ambiental para reduzir o consumo de água, eles foram surpreendidos com a chegada da fatura.
“No dia 13 de maio, o representante da Embasa aferiu o hidrômetro e a medição deu certa: a leitura estava 8061 e a leitura anterior era 7728, e esses números estão corretos. Depois, eu fui verificar a conta no site e os valores da leitura continuam corretas: a diferença dessas duas dá 333 m³, que foi o nosso consumo no período apurado. Já na fatura do mês de junho, eles colocaram essas duas leituras e colocaram como se a gente tivesse consumido 504m³”, explica o morador do condomínio, Leonardo Costa.
De acordo com ele, após detectar o erro, a Embasa foi procurada, mas só enviou algum tipo de resposta muito tempo depois. “A nossa revolta é porque nós estamos fazendo isso por dois motivos: pela conta, que ficou R$ 3.743 com o consumo que eles apontaram, e pela questão ambiental”, reclama.
Agersa e Procon podem ajudar
De acordo com o coordenador de atendimento do Procon, Iratãn Vilas Boas, os consumidores que encontram irregularidades devem procurar o órgão. “Nós entraremos em contato imediato com o fornecedor para pedir esclarecimentos e detalhamentos da conta. O fornecedor se compromete em 15 dias a responder a demanda formulada pelo Procon. Caso a resposta seja negativa ou não haja resposta, o Procon abre um processo administrativo, podendo, inclusive, multar o fornecedor”, explica.
O consumidor também pode recorrer à Agersa, criada pela governo do estado para fiscalizar, regular e mediar os serviços prestados pela Embasa. “Vencido o prazo estipulado pela prestadora e não tendo sido atendido satisfatoriamente, pode e deve o consumidor recorrer à Agersa através do 0800 075 3226”.
Procurada pelo Jornal da Metrópole, a Embasa só soube responder sobre o problema de Milton e culpou o equipamento de medição individual. “A responsabilidade pela manutenção de todos os equipamentos de medição individual, inclusive o concentrador e instalações hidráulicas, é exclusiva dos próprios usuários”. Ok...
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