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Canais de youtubers brasileiros lucram com publicação de conteúdos de ódio às mulheres

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Canais de youtubers brasileiros lucram com publicação de conteúdos de ódio às mulheres

Pelo menos 137 canais brasileiros no Youtube foram mapeados em uma pesquisa do Observatório da Indústria da Desinformação e Violência de Gênero nas Plataformas Digitais

Canais de youtubers brasileiros lucram com publicação de conteúdos de ódio às mulheres

Foto: Reprodução/Canva

Por: Metro1 no dia 14 de abril de 2025 às 18:40

A Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu, n a última sexta-feira (11), um mandado de busca e apreensão contra um adolescente de 15 anos investigado, em Cuiabá, por disseminar discurso de ódio e ameaças contra mulheres nas redes sociais. O caso vem na esteira de uma série de canais no YouTube que movimentam milhares de seguidores e de reais com discursos que pregam o controle sobre as mulheres, o combate ao femininosmo, estereótipos de gênero e, em alguns casos, até o ódio ao sexo feminino. 

No Youtube, as transmissões ao vivo recebem doação de quem assiste, mas o lucro vem ainda da venda de cursos, e-books e publicidades. Pelo menos 137 canais brasileiros no Youtube foram mapeados em uma pesquisa do Observatório da Indústria da Desinformação e Violência de Gênero nas Plataformas Digitais, iniciativa do NetLab UFRJ em parceria com o Ministério das Mulheres. Juntos, eles somam mais de 105 mil vídeos produzidos e uma média de 152 mil inscritos.

Uma matéria do jornal O Globo chegou a analisar um desses canais, intitulado Hackeando a Matrix, cujo autor permanecem em anonimato nos mais de mil vídeos publicados. Na descrição do canal, ele afirma que o intuito é “abrir os olhos e ouvidos dos homens para a realidade” e diz fazer análises sobre “mulheres modernas que parecem perdidas em suas crenças e valores”,

Com 55 mil inscritos e mais de 19 milhões de visualizações, o canal usa um emoji de pílula, que remete ao movimento redpill, um dos movimentos masculinistas, que subestima os direitos das mulheres. O autor ainda vende uma espécie de assinatura com valor mínimo de R$ 2,99 mensais para análises exclusivas. A plataforma não divulga a monetização, mas, caso apenas 10% dos inscritos fossem membros, o canal arrecadaria mais de R$ 16 mil por mês com esse tipo de conteúdo.