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Bloco Filhos de Gandhy retira regra que proibia homens trans no desfile

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Bloco Filhos de Gandhy retira regra que proibia homens trans no desfile

Bloco tradicional restringiu participação a homens cisgêneros com base em trecho de estatuto social do grupo

Bloco Filhos de Gandhy retira regra que proibia homens trans no desfile

Foto: Arquivo/Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 25 de fevereiro de 2025 às 15:19

Atualizado: no dia 25 de fevereiro de 2025 às 17:11

Após a polêmica envolvendo as regras de aceite apenas de pessoas do sexo masculino cisgêneros para participar do desfile de carnaval do tradicional bloco de afoxé Filhos de Gandhy, em Salvador, a agremiação soltou um comunicado na noite desta segunda-feira (24), retirando a exigência. O impedimento constava em comunicado entregue aos associados durante a retirada das fantasias e citava o artigo 5º do estatuto social do afoxé.

Com a probição da participação de pessoas trans, diversas denúncias da comunidade LGBTQIA+ foram recebidas pelo perfil Dois Terços, que decidiu entrar em contato com o presidente da Associação Afoxé Filhos de Gandhy. Segundo a publicação, o presidente disse que "não tinha nada a declarar" e que não haveria nenhuma alteração no comunicado. 

O Afoxé, no entanto, retirou a decisão. "Estamos sempre dispostos ao diálogo respeitoso e à reflexão sobre como manter nossas tradições vivas, ao mesmo tempo em que acolhemos as discussões da sociedade", disse em trecho da nota publicada em uma rede social. O texto afirma ainda que, em 76 anos de existência, o bloco sempre teve a tradição da paz, do respeito e da tradição e que o estatuto social reflete “os fundamentos da nossa irmandade, que, por décadas tem preservado sua identidade cultural e religiosa”.

“Tradicionalmente, e de acordo aos preceitos que o regem desde o início, o Afoxé Filhos de Gandhy é formado apenas por pessoas do sexo masculino, de toda raça, credo, cor, religião, orientação sexual, partido político ou classe social”, pontua o comunicado que afirma ainda que o grupo realizará assembleia para discutir posteriormente uma alteração no estatuto.

Em razão do episódio, o Ministério Público da Bahia (MPBA) instaurou um procedimento para investigar o caso. "O Ministério Público da Bahia instaurou, nesta segunda-feira, dia 24, procedimento para apurar suposto ato de transfobia em cláusula do estatuto social do bloco Filhos de Gandhy. O MPBA oficiou por e-mail a agremiação solicitando informações e esclarecimentos e aguarda retorno para adoção das medidas cabíveis", diz a nota do órgão.