97 Anos de História: O legado do Colégio Dois de Julho

Fundado em 18 de outubro de 1927 pelos missionários presbiterianos Irene e Peter Garret Baker, o Colégio Dois de Julho se estabeleceu na Avenida Leovigildo Filgueiras, número 81, junto ao icônico Solar Conde dos Arcos, em Salvador. Inicialmente chamado de Colégio Americano, a instituição passou por várias transformações, ganhando o nome de Ginásio Americano antes de ser rebatizada, em 1939, como Instituto Dois de Julho, em homenagem à Independência da Bahia.

Desde o início, o colégio trouxe um espírito inovador à educação baiana, sendo uma das primeiras instituições a oferecer internato misto, onde meninos e meninas, vindos também do interior do estado, conviviam em um ambiente escolar. Por quase um século, o Colégio Dois de Julho foi referência na formação de gerações, abrigando turmas do primário ao ensino médio, além de oferecer cursos clássicos e científicos. Professores renomados ajudaram a construir o prestígio da instituição, que se tornou um marco na educação baiana. Pelos corredores do colégio, passaram políticos, figuras públicas e inúmeros anônimos que deixaram suas marcas na sociedade.

No entanto, a história de sucesso e inovação enfrentou desafios. Com o tempo, o colégio deixou de funcionar, e hoje o prédio histórico dá sinais de abandono. As paredes amarelas, que outrora ecoavam o som de lições e sonhos, agora guardam apenas memórias. O local, que já foi um símbolo de progresso educacional, encontra-se mergulhado em um futuro incerto, com processos trabalhistas pendentes e nenhuma atividade escolar em curso.

O legado do Colégio Dois de Julho permanece vivo na memória daqueles que passaram por suas salas de aula, mas o espaço físico que um dia foi um pilar da educação na Bahia agora enfrenta o silêncio de sua própria história.