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Coletivo de 500 mães atípicas processa Unimed por mudanças no tratamento de crianças em Salvador

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Coletivo de 500 mães atípicas processa Unimed por mudanças no tratamento de crianças em Salvador

Grupo de mães realizou uma manifestação em frente ao Fórum Ruy Barbosa na quinta-feira (19), em forma de repúdio a troca dos locais de atendimento às crianças

Coletivo de 500 mães atípicas processa Unimed por mudanças no tratamento de crianças em Salvador

Foto: Divulgação

Por: Laisa Gama no dia 23 de setembro de 2024 às 09:54

Um coletivo com mais de 500 mães de crianças com transtorno do espectro autista processa o plano de saúde Unimed por alterar os locais de tratamentos dos jovens em Salvador, para clínicas que não têm especialidades para o acompanhamento dos pacientes. Alguns deles chegaram a ter o atendimento transferido de clínicas na capital para espaços em cidades como Lauro de Freitas. Como forma de repúdio à conduta do plano, na quinta-feira (19), o grupo realizou uma manifestação em frente ao Fórum Ruy Barbosa, no Campo da Pólvora, no bairro de Nazaré.

Segundo a idealizadora do Coletivo Autismo, Família e Direito, Márcia Thaís Dantas Melo, o grupo tem recebido inúmeras queixas referentes à troca de locais do tratamento de crianças, que em atendimentos há mais de dois anos em uma clínica, são transferidas para outro espaço. Além da mudança de endereço que modifica toda a dinâmica da família, as mães relatam que alguns dos novos locais de tratamento não têm o suporte terapêutico apropriado para os jovens.

“As clínicas não têm profissionais especialistas. O grande problema hoje é a Terapia Ocupacional [TO] com Integração Sensorial. No mercado, são poucos os profissionais e a maioria das crianças autistas tem essa necessidade. Esses profissionais estão compartilhando cursos de introdução de 20 horas, mentindo ter a capacitação [em integração sensorial]”, denunciou ao Metro1. A TO na Integração Sensorial é uma abordagem que tem a função de organizar as sensações do corpo dos pacientes em relação ao ambiente, de modo a auxiliar nas respostas adaptativas.

“O autista em geral segue padrões, então qualquer modificação no padrão, se não for feita da forma adequada, pode acarretar prejuízos”, explicou o advogado Marco Aurélio, que representa o grupo há seis meses. Ele salientou ainda que, mesmo que a criança seja transferida para outra clínica com igual capacitação a anterior, o vínculo terapêutico ainda deve prevalecer para não interferir na evolução do tratamento. 

Além de representar o grupo coletivamente, Marco Aurélio atende questões individuais de algumas famílias pertencentes ao coletivo. Entre algumas das queixas que já chegaram ao seu conhecimento, estão ainda a negativa de tratamento ou cancelamento unilateral de planos. Essas ações acontecem mesmo com determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que proíbe as operadoras de planos de saúde de suspenderem o tratamento de portadores de transtorno do espectro autista, ou outros transtornos globais, que afetam progresso da criança nas principais áreas de desenvolvimento, como fala, socialização e comportamento. 

Em nota ao Metro1, a Unimed Nacional afirmou que está em contato com as famílias dos beneficiários envolvidos no processo, por meio de ligações, oferecendo esclarecimentos e suporte contínuo. “Todas as clínicas credenciadas passam por uma análise criteriosa para garantir a qualidade do atendimento. Durante esse processo, também é avaliado a adequação das cargas horárias dos tratamentos, evitando excessos que possam comprometer a individualidade do paciente. Para os casos em navegação, foi definido um prazo de 30 dias para a conclusão, assegurando uma transição adequada”.