Cidade
A exemplo do antigo Colon, que desabou ontem, sobrado no Santo Antônio também reforça ameaça
Vizinho ao imóvel, o médico Hewilky Ângelo apresenta denúncias aos órgão responsáveis há 18 anos, sem providências
Foto: James Martins / Metropress
Conforme alertamos aqui logo no início do mês, o edifício onde funcionou por décadas o tradicional restaurante Colon desabou parcialmente, nesta quinta-feira (24), sem que nenhuma providência tenha sido tomada. Infelizmente, porém, não se trata de um caso isolado e o risco assola outras partes do Centro Histórico. Em setembro de 2022, o Jornal da Metropole publicou uma matéria a respeito do sobrado na Rua Direita de Santo Antônio Além do Carmo, n° 370, que está condenado há muito tempo, mas segue ameaçando a população em geral e a vizinhança em especial.
“Codesal, Iphan e Ipac são muito mais lentos do que a ação do tempo”, reclamou na ocasião Hewilky Ângelo, médico, que mora bem ao lado da ameaça. Segundo ele, denúncias aos órgãos responsáveis são apresentadas há 18 anos, sem que nenhuma providência concreta seja tomada. A Codesal recomendou uma "demolição controlada, para evitar um desmoronamento total", mas nada foi feito.
Coberto por vegetação, o sobrado ameaça também a Fundação Aleixo Belov.
Do outro lado, o sobrado do século XIX fica colado à Fundação Aleixo Belov que, obviamente, também é prejudicada pelo risco e será atingida caso o desabamento aconteça. Como deve acontecer. Coberto por uma vegetação que acelera o processo de ruína, o imóvel já viu o teto despencar. A área é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e faz parte do conjunto arquitetônico do Centro Histórico.
"A única coisa que mudou foi o tamanho das rachaduras e o aumento da degradação", disse Hewilky em conversa com o Metro1. “A ação do tempo é impiedosa e não segue burocracia”, completa.
Área tombada com Patrimônio da Humanidade sofre com descaso do Iphan.
Não é por falta de aviso. Há 14 anos, o citado Jornal da Metropole advertiu em reportagem de capa: “O intuito de resguardar o patrimônio histórico não funciona, a menos que o objetivo seja preservar escombros”. A matéria de Ive Deonísio falava sobre as mais de 200 casas com valor histórico e arquitetônico que estavam em ruínas no centro já tombado pelo Iphan. De lá para cá, piorou bastante e o desabamento do ex-Colon é só um triste exemplo.
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