Casarão do antigo restaurante Colon ameaça (ainda mais) desabar no Comércio

As primeiras denúncias públicas de que o casarão onde funcionou o restaurante Colon, na Praça Conde dos Arcos (Comércio), ameaça desabar, foram feitas há mais de um ano, em outubro de 2022, nas redes sociais. No rastro, vieram reportagens reforçando o risco que correm transeuntes, comerciantes e outros imóveis nas imediações.

Iphan (Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional), Ipac (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia) e Codesal (Defesa Civil de Salvador) foram notificados da situação desde que o estabelecimento deixou de funcionar ali, justamente pela falta de condições de reformar o imóvel, em 2021.

Durante todo esse período, porém, a única coisa que mudou foi a situação do casarão: piorou. "Eu vejo a hora desse bicho cair na cabeça de alguém. Espero que não seja na minha. Na verdade, peço a Deus que não caia em cima de ninguém, mas o perigo é real. Trabalho aqui perto e fico com medo", disse ao Metro1 o vendedor Roberval dos Santos, funcionário de uma papelaria.

O que eram rachaduras, hoje são verdadeiras crateras.

A olho nu, já se percebe que a degradação do prédio aumentou bastante. O que antes eram rachaduras, agora são verdadeiras crateras nas paredes (vide foto). A parte superior do imóvel até apresenta uma leve inclinação para a frente.

O último parecer da Codesal informava que os três últimos pisos superiores do imóvel são os que estão mais debilitados. Há inclusive uma vegetação no teto, aumentando o risco de desabamento, que só cresce, como um reflorestramento inconveniente e involuntário.

O restaurante & choperia Colon, personagem de Jorge Amado, foi inaugurado em 1914. Famoso pelo seu malassado, era frequentado por nomes como Tatti Moreno, Antonio Pitanga, Neuza Borges, Nelson Rufino e o já citado Jorge Amado, entre outros.