Cidade
Aluno se incomoda com pintura centenária e cria manifesto contra Escola de Belas-Artes: “perspectiva racista”
No manifesto, o estudante faz críticas à obra intitulada “Alegoria da Lei Áurea", pintura de Miguel Navarro y Cañizares, de 1888.
Foto: Acervo Escola de Belas Artes/UFBA
Um aluno da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA) criou um abaixo-assinado para a retirada de uma pintura centenária da antessala do Salão Nobre do prédio da instituição, alegando “perspectiva racista” e “postura persistente desta unidade da Universidade Federal da Bahia”, que, para ele “causa diariamente espanto, desconforto e violência entre alunes brancas(os) e, sobretudo, negros da Escola de Belas-Artes nos cursos de graduação e pós-graduação”.
No manifesto, feito em um site de abaixo-assinado online, o estudante faz críticas à obra intitulada “Alegoria da Lei Áurea", pintura de Miguel Navarro y Cañizares, de 1888, que faz parte do acervo da faculdade, inclusive com diversas imposições, como, a retirada imediata da pintura em exposição, retratação pública da Escola de Belas-Artes com discentes atuais e ex-discentes a ser definida com ampla participação das partes interessadas, assim como a mudança de título da Galeria Cañizares para Galeria Yêdamaria, como forma de reparação simbólica e histórica ainda no ano de 2023.
O abaixo-assinado ainda destaca que a faculdade pode ser processada caso não sejam adotadas as medidas solicitadas. “Ao optar pela não adoção das medidas, a Escola de Belas-Artes compactua com a perspectiva racista denunciada por intelectuais negras/os (ao longo da luta negra neste país), bem como discentes e ex-discentes. Sob a mesma recusa, o documento será encaminhado às devidas instâncias da universidade e da sociedade civil”, descreve o manifesto.
O jornalista e professor da Faculdade de Comunicação da UFBA, Wilson Gomes repudiou a atitude em suas redes sociais e comparou “os alunos de Belas Artes da UFBA” a quem destrói “estátuas de civilizações antigas porque os deuses retratados são falsos”. O comentarista da Metrópole também ironizou o abaixo-assinado: “assinem o manifesto e mandem entregar a obra banida lá em casa”.
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