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Produtores enfrentam escassez de espaços para eventos após fechamento do TCA e mais quatro teatros em Salvador

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Produtores enfrentam escassez de espaços para eventos após fechamento do TCA e mais quatro teatros em Salvador

São apenas 13 palcos em funcionamento, segundo levantamento da Associação Baiana dos Produtores de Eventos

Produtores enfrentam escassez de espaços para eventos após fechamento do TCA e mais quatro teatros em Salvador

Foto: Divulgação/TCA

Por: Luísa Carvalho no dia 16 de maio de 2023 às 11:36

Atualizado: no dia 18 de maio de 2023 às 08:02

O incêndio que atingiu parte da estrutura do Teatro Castro Alves (TCA), em janeiro, aumentou a quantidade de teatros em Salvador fechados total ou parcialmente para a realização de eventos culturais. A tragédia deixou a cidade apenas com 13 palcos em funcionamento, segundo levantamento da Associação Baiana dos Produtores de Eventos (Abape). 

Nenhum deles chega perto da estrutura da Sala Principal do TCA, que comporta 1.550 pessoas. O espaço aberto mais próximo à lotação é o Teatro Jorge Amado, com 418 cadeiras. Enquanto a Sala do Coro e a Sala Principal do complexo situado no Campo Grande ainda não têm previsão de reabertura, produtores baianos vivem uma situação delicada. “É um cenário caótico. Não tem onde trabalhar”, afirmou a gestora de projetos Marlucia Sie ao Metro1

Além dos dois espaços no TCA, estão fechados para reforma o Teatro Sesc, previsto para retornar no segundo semestre de 2023, e o Teatro ISBA, em Ondina,  sem previsão de retorno. Encerrou as atividades o Teatro XVIII, que ficava no Pelourinho, respectivamente. Houve também espaços demolidos, como foi o caso do Teatro ACBEU, que deu lugar a um empreendimento de luxo do Grupo Alive, no Corredor da Vitória. Já o Diplomata, em Patamares, teve seu funcionamento limitado a cerimoniais.

São cinco os espaços públicos sob gestão do governo do Estado: a Casa da Música, em Itapuã; o Espaço Xisto Bahia, nos Barris; o Cine Teatro Solar Boa Vista, em Brotas; o Centro Cultural de Plataforma e o Espaço Cultural Alagados, no Uruguai.

No entanto, a maioria dos locais abriga entre 90 e 200 pessoas. É pouco. “Nós não temos espaços o suficiente com estrutura necessária. O TCA é o único lugar que comporta mais gente, é difícil realocar em outros lugares por falta de estrutura, por conta do conforto”, apontou Marlucia. A gestora também reclamou da falta de retorno à classe sobre quando a requalificação do complexo estará pronta. 

Diante do cenário, a Secretaria de Cultura da Bahia (Secult) declarou estar estudando parcerias com escolas estaduais que possuem teatro ou auditório adaptado para apresentações artísticas e culturais. Ao Metro1, a pasta informou estar planejando a retomada de linhas de apoio com as leis de incentivos para projetos de dinamização de espaços culturais públicos e privados.

Interior do estado

As reclamações se estendem ao interior do estado. Há apenas centros culturais em funcionamento nas cidades de Jequié, Feira de Santana, Mutuípe, Lauro de Freitas e Vitória da Conquista - nos dois últimos, produtores fazem pedidos de reforma. A categoria ressaltou a necessidade da implantação de centros nas cidades mais populosas do estado.

Sobre essa demanda, a Secult informou estar reformando os Centro de Cultura de Itabuna, Porto Seguro e Juazeiro e o Teatro Dona Canô, em Santo Amaro. Também há investimentos em projetos executivos para Centros de Cultura em Guanambi, Alagoinhas e Valença. A pasta também informou estabelecer diálogos de parcerias com o Ministério da Cultura para projetos que envolvam a requalificação e programação dos espaços culturais da Bahia.