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Associação de Fanfarras cobra envio de verbas e diz que participação no 2 de Julho pode não acontecer

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Associação de Fanfarras cobra envio de verbas e diz que participação no 2 de Julho pode não acontecer

O presidente da Associação Cultural de Bandas, Fanfarras e Filarmônicas da Bahia (ACBFFB), Luís Fernando Almeida, diz que não houve envio de recursos neste ano

Associação de Fanfarras cobra envio de verbas e diz que participação no 2 de Julho pode não acontecer

Foto: Claudionor Jr. - Ascom/Educação

Por: Mariana Bamberg e Maria Clara Andrade no dia 28 de junho de 2022 às 18:09

Cerca de 8 mil alunos que se preparam para as tradicionais fanfarras escolares do desfile de comemoração ao Dois de Julho, em Salvador, correm o risco de ter seus planos frustrados. Isso porque, segundo o presidente da Associação Cultural de Bandas, Fanfarras e Filarmônicas da Bahia (ACBFFB), Luís Fernando Almeida, não houve envio de recursos neste ano por parte da Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) para as 22 escolas que participaram do festejo. 

Almeida afirma que já é avaliada a possibilidade das escolas não desfilarem nas comemorações do Dois de Julho deste ano. 

“Imagine um adolescente passar mal durante o desfile porque não teve alimentação. Quem vai se responsabilizar por isso? Estamos analisando todas as possibilidades, mas se a verba não cair, não vamos ter como desfilar. Não podemos pegar essa responsabilidade que é não é nossa”, diz Almeida. 

De acordo com o presidente da ACBFFB, cada escola recebe o valor de R$ 10 mil, que deve ser destinado à manutenção e limpeza de instrumentos e fardas, à compra de materiais de reposição e ainda à alimentação dos alunos no dia do evento. Nos anos anteriores, a verba chegava às instituições de ensino 20 ou 30 dias antes do desfile. 

Em nota, a SEC informou ter enviado recursos em 2021, através da ação “Fanfarra Segura”. O dinheiro seria destinado para a “manutenção e reparação de instrumentos; aquisição de uniformes; e adereços”. Almeida afirma o recebimento desse recurso, porém, nega que ele seja suficiente para a realização do desfile neste ano. “Não dá para a SEC mandar uma verba ano passado e não mandar esse ano. A manutenção dos instrumentos, por exemplo, tem que ser feita de 6 em 6 meses”, pondera.

O presidente da ACBFFB se queixa ainda de que as fanfarras são deixadas de lado pela secretaria. Ele explica que as fanfarras mantêm atividades lúdicas com os alunos durante todo o ano, não somente nos desfiles cívicos. Segundo Almeida, nas escolas estão em falta até professores para conduzir as atividades. O presidente reforça também a importância desse trabalho contra a evasão escolar.

Ainda de acordo com a Secretaria de Educação, todas as escolas estaduais receberam verbas do Programa Retorno Escolar Seguro (Pres). Segundo a pasta, a verba foi “promovida pelo Governo do Estado da Bahia, sendo possível a sua utilização para o desenvolvimento do ensino da música, em atendimento à Lei nº 11.769/2008 como ação pedagógica da SEC/BA”. Almeida, porém, retrucou que alguns diretores de escolas tentaram aplicar o recurso do Pres para as fanfarras, mas não foram atendidos. “Eles consultavam a secretaria e eles negavam”, afirmou.

Para exemplificar a situação das escolas soteropolitanas, Almeida citou o caso das unidades de educação de Cachoeira, que desfilaram na cidade no último sábado (25). Sem uma nova verba, o desfile só foi viabilizado porque a prefeitura do município arcou, em cima da hora, com o transporte e a alimentação dos alunos.