Cidade
Pacientes criticam hospital em Salvador por falta de médicos, demora e diagnóstico na recepção
Na última segunda, jovem passou quase 6 horas na unidade hospitalar por causa da falta de profissionais de saúde
Foto: Divulgação
*Atualizada 20h32
O atendimento na emergência do Hospital Cárdio Pulmonar, em Salvador, vem sendo criticado pelos pacientes devido à demora no diagnóstico e a falta de organização. Na última segunda-feira (21), uma estudante de direito, que preferiu não se identificar, passou quase 6 horas na unidade hospitalar por causa da falta de médicos.
A jovem de 23 anos deu entrada na instituição privada às 18h50, mas só realizou o primeiro exame duas horas depois. O motivo é que apenas dois profissionais estavam responsáveis pelo atendimento de todas as pessoas.
"Eu estava lá doente, morrendo de frio, me sentindo mal, só queria ir para casa. Os médicos falando que não tinha médicos e não tinha como dar previsão do atendimento. Teve um que disse que estava desde a manhã sem tomar café ou almoçar", conta a estudante.
Após ser atendida, realizar os exames e receber os resultados deles, a jovem precisou esperar ainda mais duas horas para que um médico comunicasse o diagnóstico. "Todos os enfermeiros saíram, não tinha ninguém, só a recepcionista", conta.
Depois de esperar, a estudante recebeu a notícia do médico na recepção mesmo, enquanto ele estava em pé. O mesmo aconteceu com uma idosa que aguardava o resultado de uma tomografia, e com outras pessoas que aguardavam durante horas. "Foi uma insatisfação geral", conta a estudante.
Ao desabafar em suas redes sociais, ficou ainda mais claro como o caso não havia sido uma exceção.
"Eu já tive problema lá! Fui para a emergência e o médico disse que não era nada. No mesmo dia piorei, fui pro Aliança e fiquei internada. Nunca mais fui depois. Já ouvi reclamação de várias pessoas também", diz uma usuária.
Outra amiga da estudante respondeu que passou pela mesma situação, horas antes, no mesmo dia.
A jovem, no entanto, ressalta que não questiona a qualidade dos médicos e enfermeiros. "As pessoas são muito competentes, mas não davam conta da demanda sozinhas. O que poderia ter sido evitado com organização. Já tive caso de dois amigos que chegaram lá com emergências e saíram ser ser atendidos pela demora", diz.
Procurado pelo Metro1, o Hospital informou, por meio de nota, que a paciente foi atendida pelo médico plantonista dentro do protocolo de classificação de risco adotado pela instituição e amplamente validado. "Essa avaliação identificou que se tratava de um quadro de baixa complexidade, sendo a paciente encaminhada para realização de exames, uso de medicamentos sintomáticos e observação", diz trecho da nota.
Ainda conforme a nota, nesta segunda-feira (21) a unidade de emergência do hospital "recebeu casos graves para os quais, seguindo o protocolo citado, a equipe assistencial é direcionada pelo potencial risco de vida", continua a nota.
O Hospital Cardiopulmonar também lamentou não ter atendido a expectativa "da cliente e manifesta seu comprometimento e contínuo esforço para melhorar a qualidade e segurança da assistência aos seus pacientes", finaliza a nota.
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