Cidade
Associação critica governo da Bahia por reduzir público em eventos e diz que ação trata produtores como "marginais"
Decreto alterou quantidade de público em eventos para 3 mil pessoas
Foto: Divulgação
O novo decreto que regulamenta as medidas restritivas de enfrentamento à pandemia na Bahia e reduz o público permitido em festas e shows para 3 mil pessoas pegou de surpresa os profissionais da área de eventos no estado. A Associação Baiana de Produtores de Eventos (Abape) se posicionou nas redes sociais cobrando diálogo com o Governo do estado. “
Estamos sendo tratados de forma preconceituosa. Esse decreto chegou como um rolo compressor, tratando todos da mesma forma. A forma como o governo lida com o setor faz a população nos ver como marginais”, alega o presidente da Apabe, Moacyr Villas Boas.
Segundo a entidade, a mudança nas regras causou prejuízos incalculáveis para os profissionais que já organizavam eventos para os próximos dias. A principal crítica dos representantes diz respeito à falta de diálogo entre a categoria e o governo baiano. “Não somos contra novas medidas de controle, não somos contra uma eventual redução do público, o que repudiamos é que tudo seja feito em uma completa falta de diálogo com a categoria. As decisões sendo tomadas por pessoas que desconhecem o setor e suas particularidades. Uma reunião foi feita para deliberar sobre um decreto, sem que nenhum representante da categoria estivesse presente”, reclama o dirigente.
Ainda de acordo com a Apabe, o prejuízo causado aos produtores que precisaram cancelar seus eventos por conta das novas regras pode chegar a casa dos R$ 500 mil. Como exemplo, Vilas Boas citou a festa Verão 2022, que tinha show previsto para o próximo sábado (15) com a banda Baiana System e a cantora Pitty.
“Existem certos investimentos que já haviam sido feitos e que os produtores não vão reaver. Porque não proibir a divulgação de novos eventos mas permitir que os já marcados fossem realizados pelas regras anteriores?”, sugere. Para o produtor, cada área do setor precisa ser tratada de forma específica. “Se existem eventos que não estão exigindo o comprovante de vacinação, por exemplo, eles precisam ser fiscalizados e autuados pelo governo. Mas não se pode colocar todos no mesmo balaio e querer vencer a pandemia na base do decreto sem entender as diferenças que existem dentro do setor”, defende.
Em entrevita ao Jornal da Cidade, da Rádio Metropole, nesta segunda-feira (10), o presidente da Abape já havia comentado o assunto. "Se o governo está dizendo que não há cobrança do passaporte de vacinação nos eventos, ele está assumindo sua própria incompetência na fiscalização. Porque esse papel é do governo", disse durante a entrevista.
Sobre os cancelamentos de festas e shows em todo país, uma carta aberta foi emitida pela Assosiação Brasileira de Produtores de Eventos - (Abrape) criticando a decisão de diversos governadores. “Nesse momento, cancelar eventos controlados é precipitado, preconceituoso, e incoerente”, diz o texto. Na Bahia, a associação regional cobra mudanças no tratamento. “Porque os teatros, que são ambientes seguros, onde a pessoa está de máscara todo o tempo, precisam funcionar com apenas 50% de sua capacidade e bares e restaurantes podem seguir com 100%. Existe uma falta de isonomia”, alega Moacyr.
Confira a entrevista dada por Moacyr Villas Boas no Jornal da Cidade, nesta segunda-feira (10)
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