Cidade
Advogado em ação contra supermercado por racismo diz que mãe foi ouvida sem delegada
Advogado Ivonei Ramos acusa os policiais de estarem tratando o caso "como se fosse uma besteira"
Foto: Reprodução
Na manhã desta quinta-feira (9), Vitória Dimas, 22, e o filho, de 8 anos, estão sendo ouvidos pela polícia sobre o suposto caso de racismo sofrido pelo menino no supermercado Atacadão, em Cajazeiras. Com a repercussão do caso, o depoimento, que estava originalmente marcado apenas para janeiro, foi adiantado. Porém, o advogado da vítima, Ivonei Ramos, se queixa da conduta dos policiais envolvidos na coleta dos depoimentos.
"A oitiva da mãe foi tomada por uma escrivã, sem a presença da delegada, que apesar de não estar na sala onde a sra. Vitória foi ouvida, a mesma encontrava-se na delegacia, em sua sala particular", afirmou o advogado.
Ele disse também que as gravações das câmeras de segurança ainda não chegaram nem a ser pedidas ao mercado. Segundo Ramos, a demora pode fazer dificultar o andamento do caso. "Quando forem pedir, pode ser que eles aleguem até não ter mais as imagens", justifica.
Outra queixa do advogado foi com relação à conduta da escrivã e advogada presentes na oitiva. Segundo ele, elas se negaram a disponibilizar as declarações dadas pela mãe do menino durante o depoimento. Ramos diz que a negativa feriria um direito fundamental de qualquer advogado.
Em síntese, Ramos afirma ter a sensação de que a polícia está tratando o caso "como se fosse uma besteira".
OUTRO LADO
Procurado pela reportagem do Metro1, o Grupo Carrefour, empresa que administra o Atacadão, disse que "tomou conhecimento do caso" e iniciou "rigorosa apuração interna e está buscando contato com a cliente para qualquer tipo de suporte". A rede disse ainda que "reitera o seu compromisso com políticas sérias de diversidade e repudia veementemente qualquer tipo de discriminação".
O Grupo Carrefour esteve envolvido em um caso grave de racismo às vésperas do dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, em 2020. Foi em uma loja da rede, no Rio Grande do Sul, que João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos, foi espancado até a morte por seguranças da loja.
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