Cidade
Fiocruz recomenda que Carnaval seja realizado com 90% da população vacinada
Documento com a recomendação foi enviado à Comissão dos Eventos da Câmara de Vereadores de Salvador, que discute a realização da festa
Foto: Divulgação
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Bahia) enviou um ofício à Comissão Especial de Acompanhamento da Retomada dos Eventos da Câmara Municipal de Salvador recomendando que o Carnaval da cidade seja realizado em um cenário em que 90% da população seja vacinada em segunda dose. O documento foi lido durante audiência pública realizada nesta terça-feira (23) pela Comissão Especial e pela Comissão do Carnaval no Centro de Cultura da Câmara de Salvador.
No ofício, a Fundação sugere que dois cenários sejam considerados na organização do Carnaval: o primeiro com a pandemia controlada, com realização de atividades "normais" ou com agravamento da pandemia, com atividades limitadas.
"Temos trabalhado com o parâmetro de pelo menos 80% das pessoas com esquema vacinal completo para se ter maior segurança. Considerando que o carnaval é um evento de massa, com muitas aglomerações e circulação de pessoas (de outros estados e países), consideramos muito importante que a vacinação tenha avançado mais ainda, com pelo menos 90%", escreveu a Fiocruz no ofício, que foi assinado pela Diretora do Instituto Gonçalo Moniz, Marilda de Souza Gonçalves, da Fiocruz-Bahia.
A carta da Fiocruz-Bahia foi lida pelo presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Retomada dos Eventos de Salvador, o vereador Claudio Tinoco (Democratas), durante a terceira audiência pública realizada pela Comissão para debater o tema.
Com tema mais voltado à saúde e os indicadores da pandemia, participaram da audiência Izabel Marcílio, coordenadora do centro de operações de emergência em saúde da Secretaria do Estado da Bahia (Sesab), representando a secretária estadual de saúde Tereza Paim; Doiane Lemos, subcoordenadora de controle de doenças imunopreviníveis, representando o secretário municipal de saúde Leonardo Prates; Marcos Sampaio, presidente do Conselho Estadual de Saúde; Everaldo Braga, presidente do Conselho Municipal de Saúde; Ceuci Nunes, infectologista diretora do Instituto Couto Maia; e Flávio Souza, presidente do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar).
Os representantes do Carnaval, no entanto, destacaram a importância de se anunciar uma decisão embasada na ciência e que parâmetros concretos fossem definidos para acompanhamento e comparação. Na próxima segunda-feira (29) a Comissão se reunirá para debater o relatório da audiência pública de hoje e fazer encaminhamentos sobre o Carnaval.
O presidente da Comcar, Flávio Souza, destacou a importância de se “oficializar a festa” porque, na visão dele, festas serão realizadas, principalmente em bairros, sem controle. E, com a oficialização da festa, a fiscalização seria intensificada e a segurança maior, com definição de protocolos.
Os presidentes de comissões de saúde estadual e municipal se posicionaram contra a realização do Carnaval e destacaram a importância de acompanhar os índices de saúde e de analisar a realização da festa sob a ótica da manutenção de vidas.
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