Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Terça-feira, 30 de abril de 2024

Home

/

Notícias

/

Cidade

/

Segunda maior instituição do Brasil, sede do Arquivo Público da Bahia pode ser leiloada até esta terça

Cidade

Segunda maior instituição do Brasil, sede do Arquivo Público da Bahia pode ser leiloada até esta terça

Prédio tombado pelo Patrimônio Histórico foi penhorado para quitação de dívidas da Bahiatursa, liquidada em 2014

Segunda maior instituição do Brasil, sede do Arquivo Público da Bahia pode ser leiloada até esta terça

Foto: Carla Ornelas/GOVBA

Por: Adele Robichez no dia 07 de novembro de 2021 às 17:24

O prédio onde funciona o Arquivo Público do Estado da Bahia (Apeb), tombado pelo Patrimônio Histórico, pode ser arrematado em leilão até a próxima terça-feira (9). A informação sobre a praça judicial da 3ª Vara Cível e Comercial de Salvador, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-Ba), consta no site Cravo Leilões.

O imóvel foi um dos penhorados para a quitação de de dívidas da empresa de turismo Bahiatursa, liquidada em 2014. Desde então, ele passou, junto com outros, para a Secretaria da Administração do Governo da Bahia (Saeb).

A sede da entidade é localizada na Baixa de Quintas, onde morou o padre Antônio Vieira. Segunda maior instituição arquivística do Brasil, o Arquivo Público baiano custodia e mantém manuscritos e impressos originais, produzidos e acumulados quando a cidade de Salvador foi capital político-administrativa do Estado do Brasil durante 214 anos (1549 a 1763), além de documentos produzidos no período Colonial, Monárquico e Republicano.

Há pouco mais de um ano, no dia 5 de novembro de 2020, o Apeb reabriu para visitação, após amplas obras de reforma e restauração. As intervenções foram iniciadas em 2012 e contaram com um investimento de R$3 milhões. Durante as obras, foram encontrados mais de dois mil artefatos arqueológicos na área do Solar Quinta do Tanque.

Resposta da PGE

Tanque é objeto de uma ação movida em 1990 contra a Bahitursa pela a TGF Arquitetos Ltda. A firma pertence ao empresário e arquiteto Fernando Frank.

A empresa busca receber indenização por serviços que teriam sido prestados na elaboração de projetos. Na época, a Bahiatursa alegou que os projetos tinham sido apresentados espontaneamente, sem contrato.

Em 2005, na gestão do então governador da Bahia Paulo Souto (DEM), a ação foi executada e a Bahiatursa ofereceu o Solar da Quinta do Tanque para penhora.

A Procuradoria Geral do Estado disse que "tem apresentado sucessivas manifestações no processo no sentido de preservar o patrimônio público, sem lograr êxito" e informou que apresentou medidas judiciais para impedir a realização do leilão, também sem êxito.

Também informou que o governo "adotará todas as medidas para que o imóvel, de inestimável valor histórico e cultural, retorne ao patrimônio público em propriedade plena, sem ônus algum".