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Com rico acervo, Museu da Misericórdia passará por reforma e ampliação

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Com rico acervo, Museu da Misericórdia passará por reforma e ampliação

Intervenções contarão com investimento de R$ 7,2 milhões, segundo a prefeitura de Salvador

Com rico acervo, Museu da Misericórdia passará por reforma e ampliação

Foto: Bruno Concha/Secom

Por: Metro1 no dia 30 de julho de 2021 às 12:36

O Museu da Misericórdia da Santa Casa da Bahia, localizado no Centro Histórico de Salvador, passará por obras de restauração, recuperação e ampliação de seu espaço físico. A ordem de serviço para o início das intervenções foi assinada nesta sexta-feira (30) pelo prefeito Bruno Reis (DEM).

As obras serão executados pela construtora Pentágono, vencedora do processo de licitação, e contarão com investimento de R$ 7,2 milhões, provenientes de convênio com a Caixa Econômica Federal. O prazo estimado para conclusão é de 20 meses.

“Este é um prédio histórico do século 17, onde funcionou o primeiro hospital de Salvador. Aqui há um acervo histórico riquíssimo, com mais de 3,8 mil itens. Vai ser, com certeza, um dos grandes pontos de visitação da cidade”, disse Bruno Reis durante o ato, realizado no salão nobre do museu.

Projeto 

De acordo com o provedor da Santa Casa, José Antônio Rodrigues Alves, será a segunda vez que o Museu da Misericórdia passará por uma grande intervenção desde o início do século 21. Esse projeto, explicou, foi construído a “quatro mãos”, com participação da Caixa Econômica, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), área de engenharia da Santa Casa e Prefeitura. 

“O objetivo é fazer a infraestrutura da ala sul do museu, que nunca foi recuperada. Passaremos a ter uma área mais adequada para reservas técnicas e a ter uma área mais moderna onde poderemos fazer exposição temporária num ambiente climatizado e, principalmente, com segurança”, informou.

Alves explicou que o palacete já foi no passado hospital, fortaleza, orfanato e estrutura administrativa da Santa Casa, passando a funcionar como museu somente em 2006. “Esse é o museu mais visitado da cidade. Ele tem aspecto de fortaleza e de claustro, tendo características para atividade religiosa e de administração como é a área sul", afirmou

Na prática, toda a obra no local envolverá restaurações de forros com pintura artística, de dez imaginárias de arte sacra, além de esquadrias e elementos de madeira e de retábulo artístico entalhado. Também contempla construção de um anexo com 112 m² de área e melhorias no piso e nos revestimentos existentes, além de troca de esquadrias com instalação de portas e janelas de madeira e de alumínio.  
 
Será feita ainda pintura de paredes internas e externas, de forros e lajes, instalações de telhas tipo colonial e de uma claraboia em vidro. O imóvel contará com novos sistemas de ar-condicionado, instalações elétricas e de luminárias, telefonia e hidrossanitárias (água fria, esgoto e águas pluviais), além de um elevador.

“Esse elevador fará ligação a todos os andares. Com a ampliação será construído um auditório e área para se tornar um centro de convenções. Já é uma área coberta, utilizada para algumas exposições, mas que será mais adequada com infraestrutura necessária e suficiente para atender à demanda”, explicou Alves. 

Acervo 

O Museu da Misericórdia agrega grande valor ao panorama artístico e cultural do Centro Histórico de Salvador.  As mais de 3,8 mil peças que existem no local são classificadas em diversas categorias, como alfaia, mobiliário, pinacoteca e imaginária. Trata-se de um legado de mais de 400 anos de história, com obras que contextualizam do século 17 até os dias atuais.  
 
Um dos destaques são os azulejos de 1712 que reproduzem a Procissão do Fogaréu, que a Irmandade da Santa Casa realizava na noite de Quinta-Feira Santa. Também há uma coleção raríssima de quadros do pintor barroco José Joaquim da Rocha, que retratam a Paixão de Cristo.  
 
O museu tem uma lógia, um espaço arquitetônico de características europeias e conta com um rico trabalho de embrechado em quatro tipos de mármore, que conferiu ao prédio o tombamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1938.  
 
O primeiro carro movido a gasolina que chegou à Bahia também compõe a secular coleção. Já entre as peças relacionadas a personalidades estão a cadeira feita exclusivamente para visita de D. Pedro II, em 1859, e a escrivaninha de Ruy Barbosa, que foi funcionário da Santa Casa da Bahia.

O museu ainda conta com quadros que retratam Antônio de Lacerda, projetista e executor da obra do Elevador Lacerda, e Raimunda Porcina de Jesus, que alforriou os escravos da Filarmônica dos Chapadistas.