Cidade
Moradores protestam contra obra em Mussurunga e acusam empresa de grilagem
Segundo os manifestantes, a obra é ilegal e está sendo conduzida sob ameaças e intimidações com a comunidade
Foto: Divulgação
Moradores do bairro de Mussurunga realizaram na última quarta-feira (9), às 8 horas, um protesto na Avenida Paralela contra o desmatamento em uma área remanescente da Mata Atlântica. Segundo eles a obra já foi embargada pelo Inema e outros órgãos, mas não foi interrompida. Eles denunciam ainda que representantes da empresa, não identificados, estariam atuando na base de ameaças e intimidações com a comunidade.
“É uma obra aparentemente ilegal, que não contém nenhuma placa de autorização de licença para construção. O espaço fica sitiado por prepostos agressivos que não se identificam quando abordados. Queremos transparência em relação a este terreno, pois sabemos que na região de Mussurunga e toda a Paralela não é incomum, infelizmente, a prática de grilagem”, alegam os moradores.
Equivalente a uma área de milhares de hectares, a mata continha além de três nascentes de rios, um corredor de vida silvestre que servia como respiro ambiental para a população. Além do protesto, eles pretendem levar o caso ao Ministério Público da Bahia para alertar a sociedade do que consideram um crime ambiental sem resposta dos poderes públicos.
“O acelerado processo de devastação estaria sendo tocado sem o devido licenciamento ambiental”, diz uma moradora que prefere não se identificar. “Quando os moradores procuram maiores informações, são direcionados a um número de Whatsapp que atenderia em nome da MRV Construções para suposta venda de lotes. No entanto, não conseguimos falar com ninguém por voz que nos apresente respostas concretas sobre o que está acontecendo”, acrescenta.
A devastação da área tem trazido inúmeras consequências para a população, como o aumento de animais selvagens invadindo residências e uma infestação de mosquitos nas residências, consequência do desmatamento e aterro de nascentes que afetou tubulações e vias de drenagem pluvial e fluvial da região.
Uma reunião com o setor de Organização e Habitação do Estado (Urbis), moradores e demais órgãos solicitados deve acontecer na próxima sexta (11).
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