Cidade
“Isso aqui não é um shopping”, diz presidente de associação diante de obra no Mercado Modelo
Projeto de modernização prevê a retirada de 70 permissionários e utilização da área para criação de lounges
Foto: Márcio Filho/Mtur
O projeto de modernização do Mercado Modelo, previsto para ser licitado em 60 dias, tem gerado polêmica entre os permissionários do lugar. Os comerciantes que atuam no espaço estão preocupados com a possível retirada de 70 boxes para dar ao local espaços de lounge e novos banheiros.
“Eles querem colocar na área baias de banheiro e lounges com almofadas. Isso aqui é um mercado de arte. Não é um shopping”, diz Analu Garrido, presidente da Associação dos Comerciantes do Mercado Modelo (Ascom).
Segundo a representante, todo o processo foi iniciado ainda em 2016 com uma reunião onde os permissionários foram convidados pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) a dividir suas prioridades. “Fomos ouvidos nessa reunião e falamos sobre várias necessidades do mercado. Depois ficamos tranquilos achando que participaríamos da elaboração do projeto. Quando ficamos sabendo o projeto já estava pronto e tinha essa previsão de retirada dos 70 boxes’, explica.
Desde a notícia da elaboração do projeto, em 2017, até aqui a Associação participou de quatro reuniões na fundação, mas diz que os encontros não trataram da elaboração das intervenções. “Nós provocamos as reuniões através de ofícios e fomos lá para repudiar essa retirada de boxes. Em momento nenhum participamos da elaboração do projeto”, diz Analu. “A solução dada para essa saída seria a realocação em outros mercados municipais, mas os outros mercados vendem verduras. Não tem nada ver com a nossa atividade fim. Nós vendemos arte”, argumenta.
Outra preocupação da Ascom é o fechamento do espaço para a realização da intervenção. A entidade argumenta que, em 2004, outra obra de grande porte foi realizada no espaço de forma escalonada, sem o fechamento do mercado. “Daqui a 60 dias essa obra vai ser licitada e até agora não sabemos o que vai ser feito da gente. Nós que somos quem dá alma ao lugar. O Mercado Modelo não é um organismo inanimado, os comerciantes é que estão lá dando vida ao espaço”, afirma. Uma reunião está prevista para a próxima quarta-feira entre a Ascom, a FMLF e a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra) para tratar do assunto.
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