Cidade
Na semana da mulher, Roda Baiana recebe Lívia Vaz e Cristiele França
Promotora de justiça e jornalista da Metrópole falam sobre questões ligadas às religiões de matriz africana
Foto: Reprodução
Seguindo com as homenagens ao Dia Internacional da Mulher, o Roda Baiana de hoje (10) recebeu a promotora de justiça Lívia Vaz e a jornalista Cristiele França. As convidadas conversaram com Fernando Guerreiro e Faustão sobre questões como racismo e intolerância religiosa, além de dividirem um pouco de suas trajetórias de vida e profissional.
Sobre a data em homenagem à mulher, comemorada na última segunda-feira (8), a promotora de justiça do Ministério Público da Bahia (MP-BA) fez questão de fazer uma correção: "Gosto de falar do dia internacional das mulheres. Essa data ainda é muito branca, porque nós somos múltiplas. A gente não pode perder as especificidades que vulnerabilizam ainda mais as mulheres negras, quilombolas e indígenas. A gente tem que falar nesse mês de março não como celebração das conquistas femininas, que foram muitas, mas também pensarmos em ação e reflexão sobre o quanto ainda é preciso caminhar para a gente reduza índices de violência e possa falar em igualdade de gênero e de raça’, defendeu.
Segundo a promotora, dados mostram que, ao passar dos anos, os casos de violência contra mulheres negras vão sempre aumentando, enquanto reduzem - mesmo que pouco - os casos em que as vítimas são mulheres brancas. Sobre o assunto a promotora acredita que existam razões culturais que acabam refletindo nos números. “É um fenômeno cultural de uma sociedade machista, sexista, patriarcal, que tem o homem no centro como modelo, principalmente nos espaços de poder e decisão. As mulheres precisa, erguer a sua voz para serem escutadas, porque senão essa sociedade nos silencia o tempo todo”
Já Cristielle acredita que um primeiro passo para a mudança nessa realidade passa pela conscientização sobre a necessidade de denunciar. “Muitas vezes essas sensação de impunidade, de que vai ser feito esses atos de intolerância e não vai dar em nada, que leva as pessoas a reproduzirem essas ações. É preciso denunciar. Se as pessoas não denunciam com essa crença de que não vai dar em nada é que não vai dar em nada mesmo. A partir do momento em que a gente denuncia é que o Ministério Público e outros órgãos vão poder agir e apurar. A partir do momento em que a gente fala, denúncia, coloca a boca no trombone, leva para redes sociais, e fala de alguma forma, a gente está contribuindo para combater esses crimes”.
Jornalista da Rádio Metrópole, França conta que encontrou na rádio um espaço para fazer a junção entre seus caminhos profissional e religioso. ‘Quando cheguei na Metrópole, meus ares se abriram. Já tive a abertura de poder falar do meu jeito, e falar sobre o candomblé. E isso foi de suma importância para que eu pudesse entender que eu podia sim misturar as duas coisas de uma forma leve e respeitando a imparcialidade do jornalismo”, contou.
Segundo a jornalista, a intenção do programa é incentivar o respeito às religiões de matriz africana. “A intenção não é impor a religião de matriz africana para ninguém, mas colocar na cabeça das pessoas o que é o respeito à diversidade. Que elas tentem entender o que caracteriza essa religiosidade e que respeitem acima de tudo. Temos muitas participações e eu fico grata para que as pessoas estejam ouvindo o programa e tentando entender”, relatou. O Mojubá vai ao ar todo sábado ás 8h na Rádio Metrópole.
A edição de hoje do Roda Baiana está disponível na íntegra através do YouTube:
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