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Miliciano Adriano da Nóbrega tentou fugir de fazenda horas antes de ser morto por dois tiros

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Miliciano Adriano da Nóbrega tentou fugir de fazenda horas antes de ser morto por dois tiros

Ex-capitão estava em propriedade de organizador de vaquejadas, antes de sair de carro até chácara de vereador do PSL, para tentar escapar de cerco policial

Miliciano Adriano da Nóbrega tentou fugir de fazenda horas antes de ser morto por dois tiros

Foto: Reprodução/ O Globo

Por: Metro1 no dia 10 de fevereiro de 2020 às 07:07

O ex-capitão Adriano da Nóbrega fugiu da fazenda no Parque Gilton Guimarães, onde estava escondido em um primeiro momento, horas antes da operação das polícias da Bahia e do Rio de Janeiro para tentar capturá-lo, de acordo com reportagem do jornal O Globo. 

O miliciano fugiu a bordo de uma picape branca Hylux, percorreu oito quilômetros e chegou por fim à chácara do vereador Gilsinho da Dedé, que é filiado ao PSL, onde tentou se esconder. O Metro1 apurou que o vereador é irmão do deputado estadual da Bahia Alex Lima (PSB). 

Ao iniciar a operação, os policiais descobriram que Adriano havia fugido com o veículo, em nome de terceiros. Na ação do Bope da Bahia, que mobilizou cerca de 70 agentes, três PMs dispararam, e dois tiros acertaram Adriano, que morreu.

Gilsinho da Dedé (PSL) disse que estava viajando para Recife e soube da operação através de um telefonema de um vizinho, durante o tiroteio. "Não sei como ele conseguiu entrar lá. Soube do tiroteio por vizinhos e, depois, que vi na imprensa que ele tinha morrido lá. Não o conheço e nunca fui apresentado a ele", alegou. 

Conforme a polícia, a operação envolveu cerca de 70 agentes do Bope da Bahia. Os militares cobriram toda a área, para tentar impedir uma possível fuga do miliciano na região.

Na abordagem à casa, em uma área isolada, três PMs formaram um triângulo. O primeiro policial, na frente, segurou um escudo e arrombou a porta. A polícia informou que, em seguida, Adriano atirou e houve confronto.

O ex-capitão da PM foi atingido por dois tiros, levado ao hospital e não resistiu.  

Segundo a reportagem, a apreensão de 13 celulares e sete cartões de chip justifica como o ex-militar conseguia se manter escondido sem ser rastreado.

A Polícia Civil do Rio quase não tem conversas dele grampeadas, já que Adriano usava somente o sinal de wi-fi para fazer as ligações, além de trocar com frequência os chips, de operadoras diferentes, usados geralmente de uma única vez. Ex-integrante da tropa de elite da PM, o miliciano conhecia as formas de monitorar criminosos.

Segundo a Polícia Civil do Rio, o Parque Gilton Guimarães, onde Adriano estava escondido no primeiro momento, é área de vaquejadas. O local pertence a Leandro Guimarães, que também organiza torneios na região e, há dez dias, sediou um concurso com premiação total de R$ 60 mil. Durante a ação de ontem, Leandro foi preso por posse ilegal de armas, duas espingardas e um revólver 38.

Na fazenda, que fica na área rural de Esplanada, foram apreendidas, no total, quatro armas, todas com numeração aparente, que estavam em diversos cômodos da casa. Também foi encontrada no local uma carteira da Polícia Militar, com o nome de Adriano. A identidade era uma forma de o ex-capitão passar por blitze nas estradas. Lá ainda foram achados emblemas do Bope.

O sítio tem 12 edificações. Na área principal, há quatro construções, entre elas a casa onde o ex-capitão estava. Procurado pelo jornal, Guimarães não respondeu. Na região, há várias fazendas de alto padrão, inclusive de políticos.