Vote na disputa pelo Prêmio PEBA para piores empresas da Bahia>>

Sábado, 21 de dezembro de 2024

Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp

Home

/

Notícias

/

Brasil

/

"Há um desânimo grande entre os professores de história", diz Mary Del Priore

Brasil

"Há um desânimo grande entre os professores de história", diz Mary Del Priore

Durante o Entre Páginas Especial desta segunda-feira (16), Mário Kertész falou sobre o Conde d'Eu e exaltou que só soube e conheceu várias coisas por causa da historiadora Mary Del Priore, "um personagem importante", disse MK. Durante a conversa com a ex-professora da Universidade de São Paulo (USP) e da Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Mário questionou por que, nos livros de história, é estudado uma história "omissa e mentirosa", e tratam de pessoas que não são quase nada. [Leia mais...]

"Há um desânimo grande entre os professores de história", diz Mary Del Priore

Foto: Tácio Moreira / Metropress

Por: Camila Tíssia e Matheus Simoni no dia 16 de novembro de 2015 às 17:39

Um dos assuntos do Entre Páginas Especial desta segunda-feira (16), com a historiadora Mary Del Priore, foi o Conde D'Eu. Mário Kertész afirmou que só descobriu coisas curiosas da vida deste personagem por causa do trabalho dela. Durante a conversa com a ex-professora da Universidade de São Paulo (USP) e da Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Mário questionou por que, nos livros, é estudada uma história "omissa e mentirosa", que tratam de pessoas "que não são quase nada".

De acordo com Mary Del Priore, há "um desânimo muito grande por parte dos professores de história", o que ela relaciona com os baixos salários. Segundo Del Priore, isso não depende de governos, mas da sociedade, "que não valoriza o professor de história". 

> "A história do Brasil é um romance", diz historiadora Mary Del Priore
“O professor está engessado pelo livro de história”, afirma Zé Carlos Souza

"Há um desânimo grande entre os professores de história", diz Mary Del Priore

"As universidades começaram a apresentar teses maravilhosas. Temos grandes arquivos públicos; o da Bahia é sensacional. Mas isso não chega no aluno de colégio. Temos vários problemas, como o vestibular e o Enem, que engessam o professor. Ele não pode falar do seu conhecimento, e, sim, só dar as respostas prontas. Se ele não fizer isso, ele não termina o curso ou não vai para a faculdade. A produção historiográfica está a 200 por hora, e todo o aparelho de availação e inserção do aluno está a 20 por hora. É raro ver reflexos das manifestações negras no Brasil. Eu diria, pra começar, que se você não ama história, vá fazer outra coisa. Vá trabalhar na iniciativa privada ou faça um concurso público. Senão, você vai contaminar o aluno criativo e vai acabar barrando o interesse que o aluno vai ter pela história", disse.