Brasil
‘Licenciamentos ambientais mais rápidos não são necessariamente melhores’, diz especialista
Ainda de acordo com Milanez, os desdobramentos da tragédia em Mariana são “esquizofrênicos"
Foto: PR
Doutor em política ambiental, o professor Bruno Milanez espera que os desastres de Mariana e Brumadinho, ambos em Minas Gerais, sirvam para mostrar que os licenciamentos ambientais precisam ser feitos de forma mais criteriosa.
“Licenciamentos mais rápidos não são necessariamente melhores. Temos que olhar para Minas como um balão de ensaio. O licenciamento não é só proteger o ambiente lá fora, mas a vida das pessoas. Precisamos de sistemas mais rigorosos e criteriosos. Espero que olhem para MG e aprendam que tem que ser mais criteriosos”, afirmou, em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole.
Ainda de acordo com Milanez, os desdobramentos da tragédia em Mariana são “esquizofrênicos”. “A forma como o caso de Fundão foi levado é esquizofrênico. O acordo foi feito, as empresas pegam o acordo e levam para a Justiça. Teria que pensar outra forma de acelerar o Judiciário e garantir que as soluções sejam consistentes. É impensável que após 3 anos as pessoas não tenham casa para morar”, analisou.
Para ele, o estado de Minas precisa organizar melhor a fiscalização e afastar os órgãos de apuração das empresas mineradoras. “Em Minas tem uma situação delicada dos órgão reguladores e as empresas. As mineradoras escolhem que vai monitorar e pagam para isso. Os laudos de Brumadinho, de Mariana, diziam que estava estável. Tem algo falhando no monitoramento”, notou.
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