Brasil
Após saída do Mais Médicos, 196 profissionais voltam para Cuba
Segundo a Agência Cubana de Notícias, médicos chegaram "felizes por terem cumprido sua missão", porém "preocupados com a sorte do povo brasileiro"
Foto: Carla Ornelas / GOV BA
Um grupo de 196 médicos retornou hoje (15) a Cuba, após três anos de trabalho no Brasil, devido à decisão do governo cubano pela saída do programa Mais Médicos.
De acordo com a Agência Cubana de Notícias (ACN), órgão de comunicação oficial, os médicos chegaram "felizes por terem cumprido sua missão", porém "preocupados com a sorte do povo brasileiro com o novo presidente eleito".
O anúncio da saída do programa foi feito ontem (14) pelo governo cubano, após declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro, que teria questionado a qualificação dos profissionais. A decisão afeta cerca de 8 mil médicos que atuam no Brasil.
A previsão de fontes diplomáticas brasileiras é que os profissionais retornem a Cuba antes do Natal, mas há a estimativa de que pelo menos 2 mil possam ficar no Brasil devido a relacionamentos amorosos e familiares, que lhes permitiriam conseguir o visto de residência.
O retorno dos médicos a Cuba afeta diretamente as cidades do interior do Nordeste. De acordo com levantamento da Folha de S. Paulo, somente na Bahia, a saída dos profissionais fará com que a cobertura de atenção básica no estado caia de 63% para 43%.
Ontem, prefeitos e secretários de saúde anunciaram que encaminhariam um comunicado a Bolsonaro e fizeram um alerta sobre os prejuízos causados à saúde da população com a saída dos cubanos.
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