Brasil
Engenheiro da Odebrecht confirma que reforma do sítio de Atibaia foi paga pelo setor de propinas
Objetivo era regularizar a obra sem que a empreiteira aparecesse no negócio; imóvel deveria ficar pronto antes que Lula saísse da Presidência
Foto: Ricardo Stuckert
O engenheiro Emyr Diniz Costa Júnior, homem de confiança da direção do Grupo Odebrecht, confirmou à Justiça Federal, ontem (5), que a empreiteira executou a reforma do sítio de Atibaia (SP), atribuído pela Operação Lava Jato ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com recursos do caixa de Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propinas da empresa.
A informação foi dada em depoimento à juíza federal Gabriela Hardt, que substitui Sérgio Moro no comando da operação.
Emyr é um dos 77 delatores da Odebrecht, que teve o maior acordo de colaboração da Lava Jato, homologado em janeiro de 2017. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, ele relatou à juíza um suposto encontro que teve com o advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, três meses após o término da obra do sítio, com o objetivo de regularizar a reforma sem que a Odebrecht aparecesse no negócio.
O engenheiro disse que recebeu dinheiro do Setor de Operações Estruturadas e entregava em envelopes para o funcionário Frederico Barbosa. O valor era repassado para o segurança do ex-presidente, que ia até os fornecedores de materiais de construção fazer o pagamento. A ideia era que as obras fossem entregues rapidamente, a fim de que Lula pudesse usar o sítio assim que saísse da Presidência, em dezembro de 2010.
Nesse processo, Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
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