Brasil
Cantor sertanejo é preso por fraude milionária em plataformas de streaming
O MP-GO estimou que os prejuízos possam ultrapassar R$ 6 milhões, afetando grandes nomes do sertanejo, como Henrique e Juliano, Maiara e Maraisa, e Jorge e Mateus
Foto: Reprodução/ Redes Sociais
O cantor sertanejo Ronaldo Torres de Souza, conhecido pelo hit "Sexta-Feira Sua Linda" (2015), foi preso em dezembro de 2024, durante a operação Desafino, conduzida pelo Ministério Público de Goiás (MPGO). Ele foi detido em Passo Fundo (RS), onde confessou seu envolvimento em um esquema de fraudes relacionadas a serviços de streaming musical, tornando-se o primeiro artista no Brasil a ser detido por esse tipo de crime.
Ronaldo, que fazia parte da dupla Alex & Ronaldo, esteve no centro de um esquema de fraude que envolvia o roubo de guias de músicas. Essas faixas eram transformadas e disponibilizadas nas plataformas de streaming, com o objetivo de manipular o número de reproduções. Ele utilizava “fazendas de streams” e inteligência artificial para gerar novas músicas e criar uma falsa impressão de popularidade. Além disso, o cantor coordenava uma rede de perfis falsos que divulgavam canções roubadas de outros compositores, utilizando bots para aumentar artificialmente o número de plays.
O esquema afetou mais de 400 canções e gerou cerca de 30 milhões de visualizações em aplicativos de música, conforme o portal UOL. A fraude foi desarticulada com a apreensão de bens, veículos e criptomoedas no valor de R$ 2,3 milhões. O MP-GO estimou que os prejuízos possam ultrapassar R$ 6 milhões, afetando grandes nomes do sertanejo, como Henrique e Juliano, Maiara e Maraisa, e Jorge e Mateus. A operação envolveu autoridades de Goiás, Pernambuco e Rio Grande do Sul, e o suspeito foi preso no RS após ser procurado em Recife, onde morava. Sua identidade não foi divulgada.
Os crimes investigados incluem violações de direitos autorais, falsa identidade e estelionato. O MP-GO segue com investigações em sigilo e irá periciar os dispositivos eletrônicos apreendidos, como parte do processo. Na decisão pela prisão preventiva, a juíza destacou o impacto econômico do crime para o mercado da música sertaneja e a economia criativa. Ronaldo permanece preso em Passo Fundo.
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