Brasil
Advogados da ação contra a BHP em Londres criticam acordo do caso Mariana: 'longe de cobrir os profundos prejuízos'
Segundo os advogados, valor da repactuação assinada por Lula é insuficiente
Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil/Arquivo
O novo acordo de reparação pelos danos da tragédia de Mariana (MG) foi criticado pelo escritório Pogust Goodhead, que representa as vítimas que movem uma ação coletiva em Londres, contra a BHP. A repactuação, assinada nesta sexta-feira (25), pelo presidente Lula, foi acordada em um valor de R$ 167 bilhões, sendo R$ 100 bilhões em novos pagamentos a serem feitos em 20 anos. Segundo os advogados, o valor definido é insuficiente.
O escritório também afirma que a negociação ocorreu a "portas fechadas" e defendeu que não haverá impacto sobre o julgamento da Inglaterra. Nove anos após o rompimento da barragem de Fundão, teve início na segunda-feira (21) o julgamento da mineradora anglo-australiana BHP Billiton. Considerada a maior ação ambiental coletiva já registrada na justiça inglesa e um dos maiores julgamentos de cunho ambiental da história, o processo deve ser finalizado em março de 2025.
Em nota divulgada nesta sexta-feira (26), durante a cerimônia de assinatura do acordo no Palácio do Planalto, o escritório Pogust Goodhead disse que os "valores definidos estão longe de cobrir os profundos prejuízos sofridos pelas vítimas". Além disso, criticou a falta de participação popular nas negociações e o fato do acordo prever pagamentos diluídos para os próximos 20 anos, o que significa que a reparação só vai ser concluída praticamente três décadas após a tragédia.
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