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Após abordagem policial contra jovens negros, Itamaraty pede desculpas aos pais diplomatas

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Após abordagem policial contra jovens negros, Itamaraty pede desculpas aos pais diplomatas

O caso aconteceu no Rio de Janeiro e foi denunciado ao órgão pelo jornalista e avó de um dos jovens, Ricardo Noblat

Após abordagem policial contra jovens negros, Itamaraty pede desculpas aos pais diplomatas

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Por: Metro1 no dia 05 de julho de 2024 às 17:03

Atualizado: no dia 05 de julho de 2024 às 17:11

O Itamaraty recebeu nesta sexta-feira (5) os embaixadores do Gabão e da Burkina Faso e entregou aos diplomatas um pedido formal de desculpas pela abordagem policial, no Rio de Janeiro na quinta-feira (4), contra um grupo de adolescentes que incluíam seus dois filhos negros. 

A Polícia Civil do Rio de Janeiro irá investigar a abordagem policial feita por militares armados contra os quatro jovens, em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Três dos adolescentes são negros, sendo dois filhos dos diplomatas desses países e o terceiro filho de um diplomata da embaixada do Canadá e o quarto é neto do jornalista Ricardo Noblat.

A família do neto de Noblat alegou que a abordagem foi racista e denunciou o caso ao Itamaraty. Segundo nota do Ministério das Relações Exteriores, na manhã desta sexta-feira (5) foi apresentado um pedido formal de desculpas aos pais. 

“Na reunião, foi entregue em mãos dos Embaixadores estrangeiros nota verbal com um pedido formal de desculpas pelo lado brasileiro, e o anúncio de que o Ministério de Relações Exteriores acionará o governo do estado do Rio de Janeiro, solicitando apuração rigorosa e responsabilização adequada dos policiais envolvidos na abordagem.”

O chefe do Cerimonial do Itamaraty, embaixador Mauro Furlan, recebeu os embaixadores. Um documento com pedido de desculpas também será entregue à embaixada do Canadá, segundo a pasta.

Entenda o caso

Um vídeo de uma câmera de segurança mostra o momento em que os jovens atravessam a rua em direção a um condomínio quando a viatura policial se aproxima e os policiais apontam as armas. Nas redes sociais, a mãe de um dos meninos relatou que por volta das 19h, os jovens foram deixar um amigo na porta de casa quando foram abordados. 

Segundo Raiana Rondhon, durante a ação, eles estavam “com arma na cabeça e sem entender nada, foram violentados, obrigados a tirar casacos”. “Após a abordagem desproporcional, testemunhada pelo porteiro do prédio, é que foram questionados de onde eram, e o que faziam ali”, relatou.  

Segundo Raiana, após perceberem que os jovens eram estrangeiros e não conseguiam responder às perguntas dos policiais, os jovens foram liberados com um alerta para não andarem na rua, sob risco de serem abordados novamente. 

O caso está sendo investigado pela Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) em colaboração com a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Por meio de nota, a Polícia Civil informou que os agentes buscam identificar os jovens, e testemunhas estão sendo ouvidas.