Durante visita, Marina Silva diz que incêndios no Pantanal são "situação acima da capacidade humana de prever"

As ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e do Planejamento, Simone Tebet, visitaram nessa sexta-feira (28) o estado de Mato Grosso do Sul, que sofre com a falta de chuvas e queimadas, principalmente na região do Pantanal. 

As ministras defenderam a atuação do governo federal e culparam a ação humana pela origem do fogo. Marina afirmou que o governo começou a atuar preventivamente, em conjunto com o estado do Mato Grosso do Sul, em setembro do ano passado, e que a operação de agora foi antecipada por causa da "junção perversa" dos fatores climáticos.

Já Tebet sugeriu a possibilidade de fazendeiros terem intensificado queimadas como forma de "passar a boiada" antes que a fiscalização aumentasse em função da aprovação da Lei do Pantanal, que recentemente aumentou os parâmetros de proteção ambiental no bioma.  A ministra do Meio Ambiente afirmou que 85% dos incêndios aconteceram em propriedades privadas, principalmente nos municípios onde houve mais desmatamento. Em Corumbá, destacou ela, o desmatamento cresceu 50% ano passado.

"É uma cena desoladora. Os incêndios acontecendo agora tem uma junção perversa, da mudança do clima, escassez hídrica severa, desmatamento e uso do fogo. Os dados da ciência dizem que essa é a maior seca dos últimos 70 anos. A quantidade de focos de calor está totalmente fora da curva, mesmo comparando com 2020. Por isso temos uma verdadeira força tarefa", declarou Marina. 

Em respostas a questionamentos sobre o governo federal, Marina disse que há um "trabalho previdente desde o ano passado". Ela explicou que em setembro o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), procurou o ministério com pedido de ajuda para o planejamento da Operação Pantanal. Mas, segundo Marina, o problema no Pantanal foi uma "situação acima da capacidade humana de prever".