O que se sabe até o momento sobre o 'racha' entre Mercedes em SP

Durante um racha entre Mercedes em Barueri, em São Paulo, um motociclista foi atropelado e sua garupa, Maria Graciete Alves de Araujo, de 36 anos, teve a perna amputada, sem possibilidade de reimplante. O caso aconteceu na segunda-feira (20) e a Polícia de São Paulo já identificou os dois condutores, que fugiram do local após o acidente.

Câmeras de segurança da região captaram o momento em que os carros de luxo passaram pela avenida quando então bateram na traseira da moto. O motociclista Arlison da Silva Correia, de 32 anos, e sua garupa foram encaminhados ao  Hospital Geral de Barueri (HGB). Alirson teve uma hemorragia cerebral identificada em tomografia e está internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), assim como Maria Graciete.

O caso foi registrado na delegacia central de Barueri como disputa de racha, lesão corporal agravada pela omissão de socorro e fuga do local do acidente. Os dois motoristas foram identificados  após a localização dos veículos. Um deles é o dentista Roberto Viotto, que dirigia um veículo avaliado em cerca de R$ 3 milhões e o outro é  o empresário Carlos André Pedroni, que dirigia a mercedes que bateu na traseira da moto conduzida pelo motociclista de aplicativo, que estava trabalhando no momento do acidente.

O que dizem os motoristas

Viotto, que é conhecido por ser o "dentista dos famosos" se apresentou à Polícia Civil e prestou depoimento na terça-feira (21). Ele afirma que dirigia a cerca de 70 km/h em uma via de 40km/h, mas diz que não estava em racha com o outro veículo de luxo. Segundo ele, o motivo de ter acelerado foi ter percebido que o carro de Pedroni vinha em alta velocidade, o que gerou nele a preocupação de se tratar uma tentativa de assalto.

Segundo a apuração da TV Globo, o dentista estava com o direito de dirigir suspenso. Sua carteira de habilitação havia sido cassada em 2018, mas ele conseguiu reavê-la após decisão judicial. Em 2023, aconteceu novamente.

Já Pedroni, se apresentou à polícia na quarta-feira (22). Após o acidente, ele abandonou o Mercedes no estacionamento de uma igreja evangélica e ao lado de sua namorada, que também estava no carro, chamou um carro de aplicativo para ir embora. Ele e a namorada prestaram depoimento por cerca de 5 horas.

Ele admitiu passar pelo local em alta velocidade, negou participar de um racha e disse que não viu o acidente. Ele também alega não ter bebido. Não foi um racha, eu não estava embriagado. Foi um acidente onde surpreendentemente eu não vi onde foi o impacto", disse em declaração após saír da delegacia por volta das 18h da data. Pedroni foi indiciado por lesão corporal gravíssima com dolo eventual, fuga do local do acidente e omissão de socorro.

A Polícia Civil considera considera o racha como a principal linha de investigação, mas outras hipóteses também são analisadas. Por dolo eventual, por ora dolo eventual. Eu entendo que a partir do momento que ele assumiu um risco, seja em alta velocidade, seja por conta de um racha, eu entendo sim que há dolo eventual e por ora ele vai responder por lesão corporal gravíssima e sendo comprovado também o racha, somando mais o próprio crime de racha", disse o delegado Ednelson de Jesus Martins.

Ao fazer buscas nos endereços de Pedroni, armas e munições foram encontradas. Uma perícia será realizada para identificar a velocidade dos automóveis.