Brasil
Maioria dos presos por tráfico de drogas é negra, pobre e sem envolvimento com facções criminosas, diz Ipea
Dados preliminares foram divulgados durante o Fórum Brasileiro de Segurança Pública no Pará
Foto: Freepik
Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a maioria dos processados por tráfico de drogas no país são homens negros e pobres. A pesquisa que já analisou 41.100 processos nos tribunais de justiça aponta que a maioria deles não tem nenhuma ligação com facção criminosa.
O “Perfil do processado e produção de provas nas ações criminais por tráfico de drogas”, divulgou seus resultados preliminares durante o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em junho. Segundo os dados, 87% são homens, 72% jovens e 67% são negros. A incidência das acusações por infrações relacionadas às drogas é maior entre aqueles com baixa escolaridade, sendo que 75% dos processados têm ensino fundamental incompleto.
Já o quantitativo referente à ligação com facções criminosas é de apenas 13% e ainda sim a equipe aponta que a porcentagem pode ser menor do que a que foi divulgada. Dentre os casos, 17% deles não tiveram apreensão de nenhum tipo de substância, sendo que a média apreendida é de 85g de maconha e 24g de cocaína.
Para a Folha de S. Paulo, a pesquisadora do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública da UFMG, Daniely Reis, aponta que a prevalência dessas pessoas evidencia um direcionamento do sistema contra grupos específicos.
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