Brasil
Por telefone, Folha demite Janio de Freitas aos 90 anos, após décadas de casa
Principal colunista do jornal foi dispensado nesta quinta-feira (15).
Foto: Reprodução
O jornal Folha de S. Paulo decidiu demitir, por telefone, um de seus mais importantes e longevos profissionais. O jornalista Janio de Freitas, de 90 anos, foi comunicado da decisão da empresa no final da manhã desta quinta-feira (15) quando recebeu uma ligação da direção do jornal. Na conversa, o jornalista recebeu a oferta de escrever uma última coluna de despedida. Janio, no entanto, ainda não decidiu se vai escrever esse último texto.
Nascido em 9 de junho de 1932, Janio é uma referência na cobertura de investigações de crimes na administração pública. Era colunista da Folha desde 1980. Escrevia na edição impressa de domingo do jornal.
O profissional foi o responsável por matérias que entraram para a história do maior jornal do país como, uma fraude de licitação,em que construtoras haviam combinado previamente o resultado da licitação para a obra da ferrovia Norte-Sul, denúncia feita por ele em 1987.
Janio de Freitas sai do jornal após mais de quatro décadas. O experiente profissional é considerado o mais importante jornalista político do país, tendo recebido diversos prêmios, como o Esso e a Medalha Chico Mendes de Resistência.
A demissão de Freitas repercutiu nas redes sociais e foi comentada por outros jornalistas. "O imprescindivel Janio de Freitas foi demitido hoje pela Folha. Qual o motivo?", indagou Bob Fernandes em seu twitter. José Trajano definiu a demissão como "luto na imprensa brasileira". Ao falar do veterano colega, o jornalista escreveu que "nosso colunista maior, depois de quatro décadas nos brindando com sua inteligência, coragem e sabedoria, é dispensado pela Folha". Janio, por enquanto, ainda não se manifestou sobre a saída do jornal.
Além de Janio, o ator e humorista Gregório Duvivier, que assinou uma coluna no mesmo jornal por nove anos, também foi dispensado. Divulgado seu último texto na Folha, Duvivier escreveu: “Olá, pessoal, essa é a minha última coluna na Folha. Fui dispensado. Foi um prazer escrever lá por nove anos. Agradeço sobretudo aos leitores. Tomara que a gente se encontre em outro lugar. Um beijo”.
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