WhatsApp diz a Bolsonaro que decisão de adiar ferramenta no Brasil não teve influência do TSE

Representantes do WhatsApp disseram ao presidente Jair Bolsonaro (PL), durante uma reunião ocorrida nesta quarta-feira (27), que a decisão de adiar a implementação da ferramenta Comunidades não foi influenciada pelo acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O encontro aconteceu no Palácio do Planalto, sem divulgação prévia na agenda do presidente.

O novo recurso permite agregar diferentes grupos em um espaço compartilhado, podendo enviar conteúdo para milhares de pessoas ao mesmo tempo. A novidade deve chegar ao Brasil só no ano que vem para impedir que o recurso seja usado para divulgar notícias falsas na campanha eleitoral de 2022. 

Em fevereiro, o grupo Metha, que administra o WhasApp, fechou um acordo com o TSE para combater a desinformação durante as eleições. 

Após a reunião no Planalto, o ministro das Comunicações, Fabio Faria, que também participou do encontro, disse, em entrevista coletiva, que "o Whatsapp deixou claro, a Metha também, que em nenhum momento atendeu pedido do TSE para que fosse feitas essas mudanças em relação as comunidades apenas após as eleições". Segundo ele, "eles [representantes do WhatsApp] tomaram uma decisão global, olhando concorrentes, mercado mundial".

Em nota, o WhatsApp confirmou a informação. "A decisão sobre a data de lançamento deste recurso no Brasil foi tomada exclusivamente pela empresa, tendo em vista a confiabilidade do funcionamento do recurso e sua estratégia de negócios de longo prazo. Essa decisão não foi tomada a pedido nem por acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)", diz o comunicado.

A rede social, porém, reforçou que o recurso só será disponibilizado após as eleições no Brasil. "Continuaremos a avaliar o momento exato para o lançamento da funcionalidade no Brasil e comunicaremos a data quando estiver definida. Reafirmamos que isso só acontecerá após as eleições de outubro", completou a empresa.