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Cátia Raulino: Universidades baianas que contrataram ‘professora’ se esquivam de responsabilidade

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Cátia Raulino: Universidades baianas que contrataram ‘professora’ se esquivam de responsabilidade

Alunos ouvidos em anonimato relataram deficiência nas aulas que ela ministrou. "Sendo muito sincero, a aula dela era muito objetiva. Eu tinha a impressão de que não dava o conteúdo de maneira correta"

Cátia Raulino: Universidades baianas que contrataram ‘professora’ se esquivam de responsabilidade

Foto: Montagem Metro1 / Tácio Moreira / Metropress

Por: Alexandre Galvão no dia 19 de agosto de 2020 às 08:36

Instituições em Salvador que contrataram a suposta doutora Cátia Raulino para ministrar aulas e até mesmo administrar cursos inteiros tentam agora se esquivar da responsabilidade pela admissão dela. Ontem, o Metro1 apurou as qualificações que Cátia diz ter. Na prática, nenhuma delas se confirmou com as instituições onde ela diz ter conquistado os títulos.

De acordo com pesquisa da reportagem, ela atuou como professora em diversas instituições de ensino em Salvador, mas ganhou destaque nas passagens pela Universidade Salvador (Unifacs), do grupo Laureate, e UniRuy (antiga Faculdade Ruy Barbosa), do grupo Wyden. 

Procurada pelo Metro1, a Unifacs limitou-se a dizer que “não comenta dados sobre profissionais que não integram o quadro de colaboradores da instituição”. A instituição afirmou ainda que Cátia Raulino não ministra mais aulas na universidade. Cátia, no entanto, mantém no seu currículo Lattes a informação de que orienta três dissertações de mestrado na Unifacs. 

Alunos ouvidos em anonimato relataram deficiência nas aulas que ela ministrou na Unifacs. “Sendo muito sincero, a aula dela era muito objetiva. Eu tinha a impressão de que não dava o conteúdo de maneira correta. Era muito objetiva, muito diferente do que você vê nos cursos de Direito. Era tudo muito simples. Eu cursei com ela Direito Tributário 2, e na matéria a gente vê todos os impostos. Eu tive uma experiência terrível de ter uma aula de imposto de renda, que é algo complexo, com inúmeras teses e ela deu uma aula de 30 minutos dizendo que era algo suficiente para entender”, relatou.

A UniRuy, que deu a Cátia o posto de coordenadora do curso de Direito, afirmou que “na contratação de trabalhadores, é solicitada a documentação legalmente exigida nos termos da lei trabalhista”. Na faculdade, além de gerir a graduação, ela ministrou as disciplinas de Direto Tributário e Direito Administrativo.

Por conta das duas denúncias – uma de exercício ilegal da profissão de advogada – e dos supostos plágios, Cátia é alvo de pelo menos três apurações no Ministério Público da Bahia. Contatada pelo Metro1 para responder às acusações, ela negou que tenha cometido os delitos e disse que em breve, quando “tomasse pé” das acusações, voltaria a procurar a imprensa.