“Estou muito triste, por enquanto é só tristeza”, diz MK sobre Albergaria

Mário Kertész comentou a morte do antropólogo, professor e colaborador da Rádio Metrópole, Roberto Albergaria, na tarde desta sexta-feira (3). “Ele tinha mais de 15 anos com a gente, ultimamente ele tinha faltado, conversei com ele longamente na segunda-feira. Ele me disse que estava mal, não conseguia andar direito. Morava sozinho, mandou fazer o quarto dele todo vedado, porque tinha muita dificuldade para dormir. Eu brincava muito com ele, avacalhava com ele, mas com um respeito, um carinho, admiração enorme, tinha uma admiração pela inteligência dele, brigava com ele, porque achava que ele se descontruia, eu dizia: 'não faça isso', afirmou. 

MK falou ainda sobre a história e a vida de Roberto Albergaria. “Quando ele fazia comentários sérios, não tinha ninguém aqui com a inteligência, e perspicácia dele. Foi preso, torturado na Ditadura. Ficou com dificuldades de andar. A Rádio Metrópole era o grande bálsamo dele. Aqui a gente brincava com ele pedindo para ele adiantar os comentários, mas no fundo eu dizia: 'deixa, ele passou a semana toda escrevendo isso, tenho certeza que durante muito tempo a Rádio Metrópole foi a razão da vida dele. Eu dizia que ele era viado, ele ria. A gente se lembra dele com uma imensa capacidade de rir, quando a gente chora. Estou realmente muito triste. Nossa segunda-feira vai ficar mais triste”, disse. 

“Ele me provocava, me atiçava, discutia assuntos com ele, ele ajudou muito a revista da Metrópole, enquanto ela existiu. Ele teve um papel fundamental, escrevendo, querendo introduzir uma nova forma de português. Ah, professor, doutor, pode ter certeza que você vai deixar muita saudade na gente. Por enquanto é só tristeza”, completou.