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Polícia investiga denúncia de ação do Instituto Chico Mendes que destruiu terreiro na Chapada Diamantina

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Polícia investiga denúncia de ação do Instituto Chico Mendes que destruiu terreiro na Chapada Diamantina

A prefeitura da cidade pediu uma reunião com o responsável pelo parque e garantiu que o município não foi notificado da ação

Polícia investiga denúncia de ação do Instituto Chico Mendes que destruiu terreiro na Chapada Diamantina

Foto: Reprodução/TV Bahia

Por: Metro1 no dia 25 de julho de 2024 às 10:42

Atualizado: no dia 25 de julho de 2024 às 13:37

Moradores do Sítio Curupati, em Lençóis, na Chapada Diamantina, prestaram queixa na delegacia da cidade contra servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que supostamente destruíram, no último domingo (21), dez casas e um terreiro de Jarê, prática religiosa de matriz africana que existe exclusivamente na região da Chapada Diamantina.

A comunidade alega que uma ação feita pelo órgão federal, desrespeitou um espaço sagrado e que ainda teve cunho racista. A delegacia de Lençóis abriu uma investigação para apurar o caso.

Damaré, líder do terreiro, disse que o local foi construído em uma roça que pertencia ao pai dele e que essa terra está sob posse da família há mais de 45 anos, portanto antes da criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina.

Em nota, a Delegacia Territorial  (DT/Lençóis) afirmou que “apura uma denúncia registrada por moradores da localidade de Sítio Curupati, na Chapada Diamantina, de que servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) destruíram, na tarde do último domingo (21), casas, móveis e utensílios de pelo menos seis famílias que residem naquela área”. A gestão do Parque Nacional da Chapada Diamantina disse que as ações de fiscalização tiveram o objetivo de coibir irregularidades ambientais dentro da unidade de conservação.

O Metro1 entrou em contato com o ICMBIO, que admitiu o erro em nota. O texto afirma que durante a fiscalização foram identificadas, próximo a casas antigas de moradores, 16 casas em construção ou construídas a partir de 2020. Uma dessas edificações foi um terreiro de Jarê. Nesse caso, os fiscais iniciaram a demolição porque não identificaram, do lado externo, sinais de que era um imóvel com fins religiosos, e os materiais usados na sua construção (madeira, telhas etc.) sugeririam se tratar de construção recente. As construções não ocupadas e sem autorização foram demolidas, conforme prevê a legislação ambiental. 

O Instituto afirma ainda que durante a fiscalização na região do Curupati, os imóveis dos moradores antigos foram mantidos, assim como os imóveis recém-construídos que contavam com a presença de ocupantes. Assim que os objetos de caráter religioso foram identificados no terreiro, a operação teria sido interrompida.