Bahia
Abate de jumentos na Bahia pode aumentar para abastecimento de mercado de remédios na China
Atividade foi suspensa no Brasil em 2022 por determinação da Justiça Federal; espécie corre risco de extinção
Foto: Divulgação/PM-BA
O prefeito de Amargosa, Júlio Pinheiro (PT), anunciou na última semana a assinatura de um protocolo de intenções para ampliar o abate de jumentos na região.
O compromisso foi firmado durante visita do gestor à companhia alimentícia Deej World, na China. A parceria acontece devido a produção de um remédio chinês feito a partir do couro de jumentos, através da extração do ejiao, uma substância de consistência gelatinosa à base de colágeno.
Com propriedades medicinais, o ejiao é usado tradicionalmente como medicamento ou tônico no país asiático há séculos. Apesar de não ter comprovação científica, o produto se popularizou na China como uma espécie de elixir milagroso para tratamento de anemias, cólicas e menstruação desregulada, impotência sexual, entre outros problemas de saúde.
Amargosa sedia o principal frigorífico de abate desses animais no Brasil. Em 2022 a Justiça Federal suspendeu o abate de jumentos no Brasil, mas a prática continuou sendo praticada na Bahia, como maneira de exportação à China. No mesmo ano, o Ministério Público da Bahia ajuizou uma ação civil pública contra a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Estado da Bahia (Adab) para fortalecer a fiscalização nas propriedades criadoras e que recebem jumentos no estado.
Segundo o Ministério da Agricultura, de 2019 até 2021, o volume de abates de equídeos no Brasil cresceu em 200% e esse percentual é ainda maior se comparado os períodos de 2010 a 2014 com 2015 a 2019, onde o crescimento registrado foi de 8.000%. No ano de 2021, especialistas da Faculdade de Veterinária da Universidade de São Paulo (Usp) emitiram um alerta de risco de extinção da espécie.
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