Bahia
ONU condena assassinato de Mãe Bernadete e cobra proteção a familiares da religiosa
Líder quilombola, Mãe Bernadete foi executada na noite de quinta-feira (17), com 12 tiros em seu terreiro, na cidade de Simões Filho
Foto: Conaq/Arte sobre foto de Walisson Braga
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou, neste sábado (19), um comunicado condenando a morte da ialorixá Mãe Bernadete e cobrando celeridade nas investigações. A entidade pediu ainda reparação e proteção aos familiares da religiosa.
"A ONU Direitos Humanos manifesta sua solidariedade com a família e a comunidade dessa reconhecida mulher negra, quilombola, representante de uma religião de matriz africana e defensora do seu território", disse a entidade por meio de seu Escritório Regional para a América do Sul.
Líder quilombola, Mãe Bernadete foi executada na noite de quinta-feira (17), com 12 tiros em seu terreiro, na cidade de Simões Filho. Segundo a ONU, a religiosa já havia denunciado as ameaças que vinha sofrendo e recorreu a diferentes instâncias pedindo proteção, mas não foi suficiente. A entidade pediu ainda reparação e proteção aos familiares da ialorixá. Ela era mãe de Flavio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como 'Binho do Quilombo', que também foi assassinado em 2017.
"A ONU Direitos Humanos convoca o Estado brasileiro a realizar uma investigação célere, imparcial e transparente, e que sejam respeitados os mecanismos de proteção legal para o amparo das comunidades quilombolas, bem como medidas de proteção e reparação para os familiares e a comunidade de Bernadete Pacífico", disse.
No comunicado, a organização reconheceu uma constante violência contra o povo negro e cobrou que o Brasil cumpra “seu dever de proteger a vida, a integridade pessoal, os territórios, a liberdade religiosa e os recursos naturais desses povos".
"Diante da constante violência, o organismo reforça o apelo pela proteção a lideranças e pessoas defensoras dos direitos humanos", declarou a ONU.
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