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Obras de resort de luxo em Boipeba recebem licença do Inema e moradores lançam abaixo-assinado contrário

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Obras de resort de luxo em Boipeba recebem licença do Inema e moradores lançam abaixo-assinado contrário

Empreendimento é da Mangaba Cultivo de Coco Ltda, que tem como sócios José Roberto Marinho, um dos herdeiros do Grupo Globo, e Armínio Fraga, economista e ex-presidente do Banco Central no governo

Obras de resort de luxo em Boipeba recebem licença do Inema e moradores lançam abaixo-assinado contrário

Foto: Divulgação

Por: Metro1 no dia 13 de março de 2023 às 11:55

A construção de um resort de luxo que tomará 20% da Ilha de Boipeba voltou à tona e mobilizou moradores da região, contrários à construção. Na última quarta-feira (8), o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) publicou uma portaria concedendo a licença para a implantação do empreendimento. Em resposta, um grupo de moradores lançou um abaixo-assinado e fez um perfil no Instagram para dar visibilidade ao caso.

A portaria autoriza a “supressão de vegetação nativa” e o “manejo da fauna” para implantação do resort. O loteamento fica em uma área preservada de Mata Atlântica que pertence à União. Ele contará com 69 lotes, 25 casas, duas pousadas de 25 quartos, aeroporto, grande estrutura náutica e um campo de golfe. 

O empreendimento é da Mangaba Cultivo de Coco Ltda, que  tem como sócios José Roberto Marinho, um dos herdeiros do Grupo Globo, e Armínio Fraga, economista e ex-presidente do Banco Central no governo (1999-2003).

De acordo com o movimento de moradores, o resort pode ocupar uma área equivalente a 1.700 campos de futebol, o que corresponde a cerca de 20% do território da ilha. Os moradores alegam que "os danos causados seriam irreparáveis para o ecossistema do local, indo na contramão do turismo ecológico e sustentável. Além dos desastrosos impactos ambientais, a comunidade da Ilha de Boipeba irá sofrer por não conseguir desenvolver o seu sistema de subsistência tradicional”. 

A mobilização popular contra o projeto acontece desde 2012.  Em 2019, Ministério Público Federal (MPF) afirmou nas recomendações do processo que "não existe fundamento legal para o Inema realizar o licenciamento ambiental de um empreendimento sem a concordância do proprietário do imóvel em que será instalado, especialmente em se tratando de imóvel da União, insuscetível de usucapião ou desapropriação”.