Vote na disputa pelo Prêmio PEBA para piores empresas da Bahia>>

Sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp

Home

/

Notícias

/

Bahia

/

Professores demitidos da Ucsal apelam para "princípios cristãos" da Igreja para serem pagos

Bahia

Professores demitidos da Ucsal apelam para "princípios cristãos" da Igreja para serem pagos

Grupo composto por cerca de 60 docentes foi demitido em julho e ainda não recebeu a indenização

Professores demitidos da Ucsal apelam para "princípios cristãos" da Igreja para serem pagos

Foto: Divulgação

Por: Geovana Oliveira no dia 19 de dezembro de 2022 às 18:41

Um grupo formado por cerca de 60 professores demitidos pela Universidade Católica de Salvador (Ucsal) divulgou nesta segunda-feira (19) uma carta aberta ao Cardeal Arcebispo Primaz do Brasil Dom Sergio da Rocha — autoridade máxima da instituição — para denunciar irregularidades e "maldades" impostas aos docentes da universidade. 

"A mensagem dos professores da UCSAL convoca o Arcebispo Primaz do Brasil Dom Sergio da Rocha - que além de líder da Igreja Católica também é Grão-Chanceler da universidade -, para, como o membro mais elevado da hierarquia institucional, conforme aponta o estatuto da Universidade, não compactuar com as irregularidades, com a falta de respeito à legislação trabalhista, e, sobretudo, com o modo de tratamento cruel e degradante, que afronta os princípios cristãos defendidos pela Igreja, bem como os direitos humanos [...]", diz trecho da carta assinada pelo grupo. 

Com acúmulo de dívidas e passivo de salários, a Ucsal iniciou um processo de fusão com o Ecossistema Brasília Educacional também em julho deste ano. Antes, em agosto do último ano, os professores da universidade chegaram a indicar que fariam uma greve por tempo indeterminado devido a atrasos salariais, o que acabou não acontecendo após acordo. 

Segundo a professora de Serviço Social, Liane Monteiro, 51 anos, o grupo, que judicializa independentemente diferentes ações contra a instituição, decidiu apelar para a autoridade máxima da igreja para receber  um posicionamento "crítico e transparente para uma resolução do processo". Todos os professores ainda esperam receber a indenização da demissão.

"Ao longo dos últimos anos, diversos professores demitidos sem indenização. Um dado importante é o não depósito do FGTS e INSS que prescreve depois de 5 anos. Eu entrei com uma ação rápida para liberação do meu FGTS, recebi menos de um terço", diz a professora. Segundo Liane, outros professores entraram em acordo com a instituição logo após serem demitidos, abriram mão dos direitos trabalhistas em troca do pagamento parcelado e receberam apenas as primeiras parcelas — as outras estão atrasadas e não há previsão para pagamento. 

A docente diz ainda que o maior problema é a forma "desumana e desrespeitosa" que a universidade demite e demitiu os docentes. "Em trabalho intermitente, de regime horista, a universidade pode te deixar de 'stand-by'. Tem professores que têm 5 anos suspensos e nunca foram demitidos", afirma. 

"Os professores relatam alguns fatos que vêm ocorrendo na sua relação com a gestão da Universidade e mostram que tudo vem acontecendo com as “bençãos” da Igreja e muitas vezes com a chancela e condescendência da justiça, que vem ignorando sistematicamente as irregularidades e permitindo que a Universidade continue sonegando as leis e os direitos dos professores", diz a carta aberta. 

Procurada, a Ucsal afirmou que "está se empenhando, ao máximo, para a superação das dificuldades levantadas quanto ao adimplemento das verbas rescisórias de seus ex-colaboradores, inclusive com
a mediação das instâncias sindicais respectivas, com propostas de negociação formuladas desde agosto deste ano", afirma a nota. 

Veja carta na íntegra: