"Não temos condições de honrar", diz assessor da Osid sobre piso salarial da enfermagem

O assessor corporativo das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), Sérgio Lopes, relatou a dificuldade que a instituição terá para manter-se, caso não haja a liberação de novos recursos para o cumprimento do novo piso salarial da enfermagem. Em entrevista a Mário Kertesz, na Rádio Metropole, ele revelou que a medida gera uma dívida mensal de quase R$ 10 milhões, considerando todas as unidades da organização.

"Nós achamos uma reinvindicação extremamente justa, estamos falando de categorias que têm um total envolvimento com os pacientes, mas faltou sinalizar a fonte para que pudéssemos cumprir com essa obrigação", comentou Lopes. "A gente já vinha em uma situação de extrema dificuldade, então um impacto desse, mensal, é algo que, se não houver verbas novas, não temos condições de honrar", lamentou.

O assessor informou que, considerando a atuação estadual da Osid, o impacto mensal do novo piso é de R$ 9,6 milhões. Somente em Salvador, é de R$ 3,2 milhões por mês.

Até junho de 2022, o déficit acumulado da entidade era de R$ 13 milhões, com previsão de chegar a R$ 26 milhões até o final do ano. Contudo, com a lei, a projeção aponta agora para um déficit acumulado da ordem de R$ 42 milhões para dezembro deste ano.

"A situação é bastante delicada. A gente já vinha alertando sobre a situação, disparamos campanhas pedindo ajuda, já enxergando que, naquele momento seríamos obrigados a interromper alguns serviços. O governo do estado, há um mes, fez um aporte mensal de R$ 1,7 milhão a nosso contrato e isso nos deu fôlego para continuar lutando", relembrou Lopes. O valor, porém, é insuficiente ainda para garantir o funcionamento pleno da instituição.

Com a promulgação da nova lei, a Osid está reforçando as campanhas de doação. Os interessados podem doar através da Central telefônica da Osid, no número 3316-8899 ou pelo site www.irmadulce.org.br, com doações mensais. É possível também realizar uma doação pelo pix amigos@irmadulce.org.br.