Bahia
Com mais de 10 mil peças, Instituto Flávia Abubakir abre acervo raro sobre a Bahia para visitação
Em entrevista à Mário Kertész, na Rádio Metropole, as museólogas responsáveis pelo projeto contam detalhes sobre o acervo
Foto: Reprodução/ Youtube
O Instituto Flávia Abubakir possui um raro acervo bibliográfico e documental de história e iconografia baiana com registros desde o período colonial. Ele surgiu com a proposta de preservar a memória familiar, e tornou-se uma importante testemunha e repositório da história do Brasil. Agora, o instituto, localizado no Corredor da Vitória, pretende disponibilizar o material para toda a população. Pesquisadores já têm acesso a uma parte do acervo, mediante agendamento.
"Os objetos falam, mas a gente tem que ir buscar as informações para ele se comunicarem. No momento, temos 10 mil peças, entre documentos e iconografia e artes decorativas. Mais de 5 mil estão catalogadas no sistema informatizado e estamos começando a disponibilizá-las para pesquisa do público", diz a museóloga Simone Trindade, à serviço da empresa Tecnomuseu Consultoria, responsável pela organização do acervo.
Em entrevista à Mário Kertész, na Rádio Metropole, a também museóloga Angela Ferreira explica como teve início o projeto.
"Flavia e Frank já vinham ao longo dos anos realizando atividades culturais, sociais, e começaram a manifestar o desejo de socializar com público. É um fato até singular, porque muitos colecionadores só têm suas coleções abertas após seu falecimento, ou são vendidas para outras pessoas. Eles ainda em vida estão organizando para que essa coleção seja pesquisada, consultada pela população e que se possa ter produção atual, com eles ainda em vida, interagindo. Eles tiveram o cuidado e delicadeza de buscar as melhores obras para trazer para coleção, tanto da história do Brasil quanto da história mundial", diz Angela.
A museóloga Simone Trindade conta que Flavia e Frank Abubakir tem um foco na construção dessa coleção. O primeiro por conta da herança e da história da família. Depois, e o principal, vêm o núcleo de iconografia baiana.
"Temos a memória e os documentos desses grandes empreendedores que transformaram nosso país, como o Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, na época da ferrovia, da industrialização e transformação do país como nós conhecemos hoje. Temos toda a memória Alberto Sampaio, que foi um fotógrafo amador. Mais de 3 mil negativos de vidro. Isso é uma preciosidade, e o grande charme de Alberto Sampaio é que ele registrava momentos íntimos da família, ele registrou esse cotidiano, o que era bem incomum. Além de que, é interessante a gente mostrar para o público também como as coisas mudaram tecnologicamente. Antes as pessoas também escreviam muito, então temos vários documentos de pessoas contando e comentando essas peças", conta Simone. E conclui: "Então é um acervo muito pessoal, que conta a história do Brasil, do mundo, de suas transformações tecnológicas e da Bahia. Propõe ainda uma reflexão sobre o tempo e essas mudanças, fala de cada um de nós uma vez que fazemos parte desse processo e dessa trajetória".
O instituto Flávia Abubakir nasceu em 2021. É uma associação civil de direito privado sem fins lucrativos. O protejo se volta para a realização, manutenção, desenvolvimento, patrocínio e fomento de programas e projetos sociais, educativos e culturais. O acervo que originalmente visava a preservação da memória familiar, é hoje importante testemunha e repositório da história do brasil, com a preservação e catalogação da coleção fotográfica Alberto de Sampaio, o acervo documental Soares de Sampaio e uma grande variedade de documentos empresariais e privados, dando continuidade à tradição familiar que por gerações perpetuaram a memória e a arte.
Confira a entrevista completa com as museólogas na Rádio Metropole:
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