Bahia
Prefeito minimiza protesto de professores no Capão e diz que movimento é "político"
O prefeito Ricardo Guimarães acusa o vereador Giba do Capão de 'encabeçar' os protestos, que rebate
Foto: Reprodução/Portal Vale do Capão
*Atualizada às 12h38
O prefeito de Palmeiras, na Chapada Diamantina, Ricardo Guimarães (PSD) desconsiderou as queixas feitas por professores e alunos em uma manifestação na segunda-feira (28). Na ocasião, o grupo protestava contra o adiamento das aulas presenciais no Vale do Capão, distrito do município, e questionava o gasto com obras inacabadas nas escolas.
Em resposta, Guimarães afirmou apenas que a manifestação "tem cunho político". Segundo o prefeito, o grupo está sendo liderado pelo vereador Giba do Capão, do Partido dos Trabalhadores (PT), que teria migrado para a oposição.
"Nós temos uma oposição em Palmeiras que segue a política do quanto pior, melhor. Para eles, seria interessante que nós não estivéssemos reformando as escolas", considera o prefeito, que diz ainda que todas as escolas no município de Palmeiras estão passando por reformas que trarão benefícios aos estudantes.
No entanto, a professora Ariane Soares, mãe de um aluno do ensino municipal, disse ao Metro1 que a comunidade possui questionamentos sobre a maioria dessas obras, mas não recebe resposta.
"O principal problema não estava na pauta, e quando a gente abre a planilha orçamentária do processo vamos ver que tem custo de R$ 60 mil para manutenção do telhado com reposição de 30% das telhas — mas quando olha não está assim. Parece que os valores estão exorbitantes e não parecem ter sido executados. Lá diz sobre a troca de portas e janelas, mas quando a gente olha, continuam as antigas lá", diz a professora.
Ela afirma que a comunidade envia ofícios solicitando reunião com representantes da prefeitura, mas estão sendo ignorados. O prefeito também não soube responder se já houve algum encontro entre a Secretaria de Educação do município com o grupo.
Este é o segundo protesto feito por professores da rede municipal de ensino de Palmeiras nas últimas duas semanas. No dia 15 de fevereiro, professores fizeram um protesto silencioso contra perdas de direitos da categoria, como a retirada do pagamento pela atividade complementar e a manutenção do salário menor que o piso nacional.
Outro lado
O vereador Giba do Capão, acusado de 'encabeçar' os protestos, negou que houvesse qualquer teor político no movimento. Giba não nega sua participação no movimento, pelo contrário. Ele se considera como um "porta-voz da comunidade" e rebate as acusações de Ricardo. "Eu não vejo cunho político, eu vejo ineficiência. Vejo superfaturamento", denuncia.
Junto com o grupo de professores e pais de alunos, Giba do Capão conta ter feito um levantamento para entender o orçamento. "Não constatamos nada de fato que pudesse estar sendo feito para justificar aquele valor", diz.
Em ambos os relatos, Giba e Ariane citam as janelas da escola, que a prefeitura já deu como reformadas. Eles dizem que as janelas continuam as mesmas, quebradas, porém com uma nova pintura por cima.
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