
Bahia
Em novo protesto, professores e alunos cobram valor gasto por prefeitura em escola no Capão
Aulas começariam nesta segunda, mas foram adiadas para o dia 14 de março por causa das obras

Foto: Reprodução/Portal Vale do Capão
Pais, alunos e professores da escola municipal do Vale do Capão protestaram na manhã desta segunda-feira (28) contra mais um adiamento das aulas presenciais no distrito. Em frente a escola de Caeté Açu, o grupo questionou a reforma que já está sendo realizada há dois anos, com um orçamento de R$ 322 mil.
As aulas começariam nesta segunda, conforme portaria publicada pela prefeitura de Palmeiras em novembro, mas foram adiadas para o dia 14 de março por causa das obras.
De acordo com Portal Vale do Capão, os manifestantes, munidos de cartazes, entraram na escola e depois seguiram em passeata até a vila. A dispersão ocorreu em frente à igreja de São Sebastião aos gritos de “cadê os trezentos mil”.
A professora Ariane Soares, mãe de um aluno do ensino municipal, afirma que, além da demora, os problemas estruturais da escola não estão sendo sanados com a reforma atual.
"Tem anos que a comunidade luta para uma reforma decente na escola. É uma escola pequena, mal iluminada, mal ventilada. Um espaço insalubre mesmo. Mas por anos eles fazem só uma maquiagem, o mínimo só para a sobrevivência. E depois de muito tempo com a comunidade solicitando que a prefeitura fizesse uma reforma, abriram um processo licitatório com o orçamento de R$ 300 mil. Nos últimos anos foram dezenas de ofícios que a escola mandou para a prefeitura, pontuando detalhadamente o que era necessário", conta ao Metro1.
Mas o grupo de pais e professores, que acompanha a escola e fiscaliza as obras, não está satisfeito. Após a empresa vencer o processo e começar a reforma, os pais perceberam que as demandas pontuadas como mais importantes pela comunidade, sequer estavam inclusas nos serviços a serem executados.
"O principal problema não estava na pauta, e quando a gente abre a planilha orçamentária do processo vamos ver que tem custo de R$ 60 mil para manutenção do telhado com reposição de 30% das telhas — mas quando olha não está assim. Parece que os valores estão exorbitantes e não parecem ter sido executados. Lá diz sobre a troca de portas e janelas, mas quando a gente olha, continuam as antigas lá", diz a professora.
A comunidade, que pede consulta das demandas para uma reforma mais eficaz, vem sendo ignorada pela prefeitura desde antes do começo das obras. Os ofícios que solicitam reunião não são respondidos, e ainda não houve nenhum contato após a manifestação.
Outras comunidades escolares de Palmeiras também têm reivindicado mudanças no engessamento do edital de licitação das obras. A Associação dos Moradores da Comunidade dos Povoados de Cruz, Ribeirão e Laranjo, encaminhou um ofício à Prefeitura uma solicitação de "revisão do planejamento da obra da Escola Municipal Rural de Cruz”.
De acordo com a professora Ariana, as reformas acontecem em 12 escolas de Palmeiras, e estão sendo questionadas na maioria delas.
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