A dica que fica é: "Faça a Coisa Certa", de Spike Lee

Com direção, roteiro e atuação de Spike Lee, o clássico Faça a Coisa Certa (1989) discute o racismo existente em um estabelecimento no Brooklyn dos anos 80, bairro que tem forte influência de pessoas negras e hispânicas, situado na cidade de Nova York.

Grande parte da narrativa se desenrola no verão, dentro da pizzaria do italo-americano Salvatore Fragione, apelidado como Sal. O primeiro conflito acontece lá, depois do entregador de pizzas, Buggin Out, se indignar porque a "parede da fama" do restaurante era repleta de pessoas brancas, sem ao menos uma foto de alguém negro para contar história.

À primeira vista, a briga pode não parecer tão relevante – "Sal só colocou fotos de italianos porque é descendente deles" – mas foi depois deste bate-boca entre o chefe e o funcionário que a situação virou um dominó e uma série de acontecimentos seguintes acabaram denunciando questões mais profundas, como o racismo escancarado da sociedade e a violência por parte das autoridades. No final, o conselho que fica é: "sempre faça a coisa certa".

“Eu queria refletir o clima racial em Nova York naquele período. O dia ficaria cada vez mais longo e quente, as coisas escalariam até explodirem. Eu sou de Nova York, então sei que depois dos 35°, a taxa de homicídio sobe", explicou Spike Lee, em entrevista concedida à revista Rolling Stone.

A obra é um sucesso, toda hora volta a ficar em cartaz em mostras de cinema, mas ela também está disponível nas plataformas de streaming Globoplay, Prime Video, YouTube, Telecine, Apple TV e Google Play Filmes.