Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Home

/

Notícias

/

Saúde

/

Instituto que assume maternidade em Salvador é acusado de fraude em SP

Saúde

Instituto que assume maternidade em Salvador é acusado de fraude em SP

O Instituto Hygia Saúde e Desenvolvimento Social assumiu nesta semana a administração da Maternidade Professor José Maria de Magalhães Netto, no Pau Miúdo. A unidade de saúde era gerida pela Santa Casa de Misericórdia da Bahia desde sua fundação, em 2006, mas há alguns anos a instituição reclamava das dificuldades de entregar um serviço adequado com recursos insuficientes. O Metro1 apurou, porém, que as perspectivas para o público não são boas: por onde passou, a Hygia não deixou boas lembranças ou pacientes satisfeitos. [Leia mais...]

Instituto que assume maternidade em Salvador é acusado de fraude em SP

Foto: Sesab/Divulgação

Por: Felipe Paranhos no dia 16 de janeiro de 2017 às 17:11

O Instituto Hygia Saúde e Desenvolvimento Social assume na semana que vem a administração da Maternidade Professor José Maria de Magalhães Netto, no Pau Miúdo. A unidade de saúde era gerida pela Santa Casa de Misericórdia da Bahia desde sua fundação, em 2006, mas há alguns anos a instituição reclamava das dificuldades para entregar um serviço adequado com recursos insuficientes. O Metro1 apurou, porém, que as perspectivas para o público baiano não são boas: por onde passou, a Hygia não deixou boas lembranças ou pacientes satisfeitos.

Em Avaré (SP), o Ministério Público do Estado ajuizou uma ação civil pública para investigar os contratos da Hygia firmados na administração do ex-prefeito Rogério Barcheti (PR), entre 2009 e 2012. De acordo com o MP, houve fraude na contratação do Instituto por dispensa de licitação e na prestação de serviços médicos de plantões médicos no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. O Ministério Público apontou irregularidades no cartão de ponto de trabalho dos médicos contratados pela Hygia.

Segundo o MP, não havia controle do ponto: o profissional assinava o livro posteriormente, como se tivesse estado presente ao trabalho, sob o argumento de que se tratava de “plantão à distância” — embora neste tipo de serviço não exista esta modalidade de trabalho. Além disso, a procuradora do município, Célia Scucuglia, pediu uma investigação, em 2013, por suspeita de irregularidades cometidas pela Hygia na contratação de médicos. A suspeita é que apesar de a Hygia ganhar a licitação, outra empresa estaria fornecendo os profissionais: depois da terceirização, uma “quarteirização”.

Procurado pela Metrópole, o ex-secretário de saúde do município, Miguel Chibani, que denunciou as práticas ilegais, não quis falar sobre o tema, mas afirmou que ”não recomenda a contratação” da Hygia pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia.

Já em Barueri, também em São Paulo, a Hygia deixou uma dívida de mais de R$ 1 milhão com a empresa SPX Serviços de Imagem, por serviços de diagnóstico por Tomografia computadorizada. Em março de 2016, a prefeitura de Barueri decretou intervenção no Hospital Municipal Dr. Francisco Moran. A decisão foi tomada porque o atendimento à população estaria sob risco, uma vez que a Hygia não estaria cumprindo as obrigações previstas em contrato. A empresa assinou contrato com a Prefeitura de Barueri em 2014 e, desde então, há denúncias de atrasos nos salários e descumprimento de leis trabalhistas. A empresa é acusada também de fechar serviços do hospital sem aviso prévio.